Almeida Henriques

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Cortar na despesa, não aumentar os impostos

O nosso Presidente da República, Professor Cavaco Silva, visitou o nosso distrito escolhendo quatro Concelhos do interior, Armamar, Tarouca, Sernancelhe e Lamego, uma visita intensa que tive o privilégio de acompanhar na companhia dos meus colegas Teresa Santos e João Carlos Figueiredo.
O carinho das populações foi patente nos contactos efectuados, foi visível uma clara sintonia entre os nossos conterrâneos destes Concelhos do interior que vêm nele o garante do funcionamento do nosso sistema democrático e do equilíbrio do País neste difícil momento.
Em Tarouca exortou os políticos a falarem verdade, a propósito dos inúmeros portugueses que emigram ano após ano e daqueles que têm coragem para ficar no País, mesmo quando as oportunidades escasseiam; foi caricato ver como um dirigente socialista conseguiu ver neste apelo um recado ao PSD, afinal de contas quem é que poucos dias antes efectuou uma rábula em torno dos incontestados dados do desemprego publicados pelo eurostat ?
Demonstrou a sua convicção de que o Orçamento para 2011 será viabilizado no Parlamento, ideia que também partilho.
Aliás, no mesmo dia, o Presidente do PSD dizia no encerramento da Universidade de Verão que o PS tem que perceber que ganhou as últimas eleições mas os Portugueses deixaram bem claro que terá de governar concertando posições no Parlamento.
O que o PSD tem dito e reafirmou é que não dará o apoio a um orçamento que não corte na despesa e aumente os impostos.
Afinal de contas houve um acordo para um conjunto de medidas, é tempo de se proceder à sua avaliação, é tempo de ver até que ponto foram cumpridos os compromissos de cortar na despesa pública; a avaliar pelo que tem sido feito, não só a despesa ficou por controlar como não se verificaram cortes, o que fica é a ideia de que o Governo continua a viver como se nada se tivesse passado, pedindo sacrifícios sem dar o exemplo, como testemunham os 35 milhões de euros gastos em 2500 viaturas.
Como bem disse o Presidente do PSD, não seremos muleta do PS ou de qualquer orçamento, bem pode o Primeiro-ministro desviar as atenções procurando denegrir as nossa propostas, que a verdade virá ao de cima.
O Lider do PS tem procurado agitar vários papões, tem procurado assustar o país deturpando as nossas propostas, dizendo que queremos acabar com a Escola pública, que queremos acabar com a Saúde pública, que queremos o livre despedimento.
Quer no discurso, quer nas múltiplas opiniões e crónicas, todos os socialistas têm alinhado por este figurino, todos concertados.
São falsos todos os fantasmas agitados, quem tem atentado contra a Saúde, contra o Ensino, são as politicas do PS, quem atirou para o desemprego 150.000 portugueses foram as politicas destes últimos cinco anos, a isto é que se pode chamar de livre despedimento promovido pelo Governo.
O PSD coloca o interesse nacional acima de tudo, mas os compromissos têm que se honrar e da sua avaliação é que resultará o veredicto, não se percebe a histeria quando se colocam duas condições, não aumentar os impostos e reduzir a despesa, num momento em que o Governo prepara o Orçamento para o próximo ano.
Espera-se que este vá ao encontro destas premissas que são as que estão na cabeça de todas as pessoas com bom senso, estou convencido que vai vingar e que José Sócrates irá apresentar uma proposta que permita ir ao encontro da convicção do nosso Presidente da República.
Mas esta visita ficou registada por muitos outros factos, desde a justa homenagem aos bombeiros e enumeração de um conjunto de comportamentos dos diferentes intervenientes, ao apelo ao consumo de produtos agrícolas portugueses e ao aumento da produção nacional para reduzir a nossa enorme dependência no que aos produtos alimentares diz respeito, foi bem patente nos seus discursos em Tarouca e Sernancelhe.
De facto, o apelo ao consumo de produtos portugueses não só aponta o caminho do crescimento das nossas empresas e produtores agrícolas como visa reduzir o nosso défice das transacções com o estrangeiro; é tão importante exportar mais como reduzir as importações substituindo-as por produtos fabricados e produzidos em Portugal.
Demonstrou o Senhor Presidente da República que é possível fazer um discurso de apelo ao envolvimento dos portugueses, de mobilização, sem vender gato por lebre, falando a verdade. Muito pedagógico.
Um registo final para a irrepreensível organização da visita por parte dos municípios e entidades envolvidas no programa e a espontaneidade dos viseenses, numa clara demonstração de apoio à sua continuidade como mais alto Magistrado da Nação.

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