Almeida Henriques

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Começaram as aulas

Começou hoje o ano escolar, visitei duas Escolas do meu Concelho, a Escola Secundária Emídio Navarro e a Secundária Alves Martins de Viseu, tendo também estabelecido contacto com a EB 2,3 Grão Vasco, ao mesmo tempo que os meus colegas visitaram estabelecimentos de ensino nos Concelhos de Lamego e Tondela.
O pano de fundo desta abertura do ano é o encerramento de Escolas que conduzirá, inevitavelmente, ao despovoamento de muitas Freguesias um pouco por todo o País.
Felizmente que o Governo teve bom senso e escutou as razões justas da Associação Nacional de Municípios Portugueses, muitas das Escolas que deveriam ter encerrado mantiveram-se abertas e passou a existir diálogo entre o Ministério da Educação e as Autarquias Locais.
Parece evidente que estas novas Escolas têm muito melhores condições, os alunos integrados nestes espaços podem ter maior aproveitamento escolar mas, as regras ditadas do poder central têm que ser adaptadas à realidade de cada Concelho, quem melhor que os autarcas para ajudarem neste desiderato.
Mas também é preciso que o Poder Central honre os seus compromissos, quer nas percentagens de comparticipação na construção destes edifícios escolares, quer na contrapartida para os transportes escolares e refeições, sob pena de estrangulamento de muitos municípios que não aguentarão o esforço financeiro.
Obviamente que as condições dos edifícios são fundamentais mas o ensino faz-se com Pessoas, a motivação dos professores e restante pessoal discente e auxiliar, bem como o rigor e empenhamento dos alunos, é fundamental.
Em matéria de edifícios, quer a Alves Martins, quer a Emídio Navarro, serão exemplares no contexto nacional, estou certo que a cidade se orgulha desta modernidade, não realçarei questões de pormenor menos abonatórias que encontrei.
Realço só uma questão de fundo, a eficiência energética dos edifícios e a ausência de qualquer plano que vise a racionalização do consumo energético.
Quer numa, quer noutra Escola ficou patente que os gastos com energia vão disparar, o único dispositivo instalado são placas solares para o aquecimento da água dos balneários.
Perde-se uma boa oportunidade, com telhados com tão boa exposição solar, para além de outras tecnologia que hoje se dominam, com expressão na região de Viseu, não se tivessem aproveitado estas obras de fundo para promover a co-geração poupando em energia no futuro e constituindo uma forma pedagógica de mostrar aos alunos as vantagens das energias renováveis.
Já levantei esta questão várias vezes, numa das últimas audições parlamentares o Senhor Secretário de Estado responsável por esta área falou num programa que poderá ser lançado para este efeito; o facto é que as Escolas que vierem a concorrer, terão de entrar novamente em obras.
Duas más opções de gestão, o não se aproveitar este programa de obras e não se terem acautelados os aumentos de consumo energético.
A questão por mim levantada do estacionamento na Alves Martins ficou minorada com a criação de 90 lugares; quanto à Emídio Navarro, ficará o sufoco da terça-feira.
Mas, se nestas Escolas se respira felicidade, o mesmo não se poderá dizer da EB 2,3 Grão Vasco, também uma das Escolas mais antigas da cidade.
Atrasos no inicio do concurso, leva a que só agora tenha sido adjudicada a remodelação do ginásio, ficando os alunos um inverno sem solução, trata-se de uma situação diagnosticada e deliberada há muito tempo, porque falhou a programação?
Esta é uma questão que vou colocar à Senhora Ministra da Educação através de Pergunta ao Governo, para além de procurar saber se esta Escola será abrangida pelo programa de requalificação escolar.
A verdade é que esta emblemática Escola, com cerca de 1000 alunos e com 40 anos de actividade, nunca foi alvo de qualquer requalificação, dos caixilhos das salas de aula, às condições das casas de banho, para não falar do estacionamento, tudo denota necessidade de uma intervenção de fundo.
Vou também tentar saber o que pretende o Ministério da Educação fazer.

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