Almeida Henriques

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Emergência Nacional

O País viveu mais uma semana horrível, a juntar à grave conjuntura existente, fomos alvo de mais um ataque especulativo nos mercados que teve na sua base a descida de dois lugares no rating da Standard &Poor’s.
Ficou bem patente a nossa fragilidade bem como a necessidade de colocarmos as nossas contas em dia, sendo que é preciso fazer enormes sacrifícios, designadamente com a coragem de cortar nas despesas inúteis, redimensionar as funções do estado e lançar um combate feroz ao desperdício.
Bem andou o PSD ao defender cinco medidas que permitem poupar 1700 milhões de euros e, melhor ainda esteve o seu líder, Dr. Pedro Passos Coelho, ao tomar a iniciativa de telefonar ao Primeiro-ministro propondo cooperar com o Governo para adoptar medidas que permitam reduzir o deficit e responder à classificação da dívida portuguesa por parte das agências financeiras.
O interesse nacional justifica um entendimento entre os dois partidos, é fundamental que Portugal saia deste beco que deve ter saída.
É de saudar a atitude de querer combater o deficit pelo lado da despesa, mas já não se entende a teimosia do Governo em querer manter todas as grandes obras públicas, TGV, terceira travessia do Tejo e o novo aeroporto, a grave situação que vivemos implicaria uma atitude de ponderação quanto a este assunto, o País não tem dinheiro para estes investimentos e ao canalizarem-se fundos para estas obras faltarão para as empresas.
As declarações do Ministro das Finanças criaram expectativas logo goradas pela voz dissonante do Ministro das Obras Públicas, corroboradas no debate quinzenal pelo Primeiro-ministro, dizendo que as grandes obras são para continuar.
Outra situação que não se compreende é a falta de resposta da Comissão Europeia e dos organismos comunitários, a resposta a esta crise passa por actuações concertadas, rápidas e eficazes.
Até aqui a culpa era da falta de um quadro institucional, isto é, a inexistência de um novo Tratado que trouxesse um novo quadro de governabilidade à Europa.
E agora, com o Tratado em vigor, o que é que falta para reagir mais rapidamente e assumir o papel de comando que se espera?
Má nota para o Governo português mas também para as instituições europeias.
In As Beiras, 1 de Maio de 2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Sentido Patriótico

Pedro Passos Coelho trouxe uma lufada de ar fresco à politica portuguesa mostrando, mais uma vez, que o País está acima dos Partidos, denotando um sentido patriótico ao ligar ao Primeiro Ministro sugerindo um encontro para falar sobtre os recentes acontecimentos, desigandamente a alteração do nosso rating de A+ para A- por parte da Standard & Poor's, reflexos da forma como os mercados internacionais estão a olhar para nós.
A iniciativa deveria ter partido do Primeiro Ministro não do lider da oposição, desigandamente depois de na semana passada o Ministro da Economia ter apelidado de "uma mão cheia de nada" as medidas apresentadas pelo PSD para reduzir a despesa inútil em 1 700 milhões de euros , cerca de 1% do PIB; já recentemente o Ministro das Finanças vem desautorizar o colega elogiando a postura do maior partido da oposição a propósito desta iniciativa.
O lider do PSD, indiferente a esta politiquice, telefonou ao Primeiro Ministro sugerindo uma reunião, reafirmando o que já vinha a dizer, as medidas do PEC são insuficientes, situação sempre negada pelo Governo.
Agora, José Sócrates manifesta abertura para as o reforço de medidas, no sentido de responder à classificação da dívida portuguesa pelas agências financeiras e à subida dos juros das obrigações portuguesas.
O PSD, com este passo, dá um grande contributo assugurando um quadro de estabilidade e dando sinais aos mercados e aos compromissos internacionais.
O  PSD dá uma lição de patriotismo, sentido de responsabilidade e de dedicação à causa pública, esperemos que o Governo aprenda e perca a habitual arrogância de tudo saber para depois vir dar o dito por não dito.
Enquanto isto, há que efectuar uma task force quanto à economia e, sobretudo, à competitividade externa, só aumentando as exportações poderemos evoluir, para já não falar na necessidade de substituir importações por produção nacional.
O Povo está consciente das dificuldades, é fundamental que o exemplo venha de cima, pedir sacrificios mas demosntrando que o envolvimento tem que ser de todos os departamentos do Estado, a começar pelo próprio Governo, por exemplo com cortes nas despesas dos gabinetes ministeriais, bem como da Assembelia da República, ver inde se podee cortar, como por exemplo os 17 milhões de euros gastos pelos desnecessários Governos Civis, que só servem para emitir passaportes e efectuar a propaganda do Governo.
É preciso criatividade e firmeza e, ... um bom exemplo.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ponto final na luta dos ex trabalhadores da ENU

Acabo de sair da Comissão de Trabalho onde foram discutidas na especialidade os diferentes Projectos de Lei apresentados pelos vários Partidos; agora, os serviços darão a redacção final e, quinta feira ou na próxima semanana será aprovado em Plenário o diploma que, consagrará os seguintes direitos:
Trata-se de uma alteração ao Decreto Lei 28/ 2005 de 10 de Fevereiro que alarga o seu âmbito aos trabalhadores que tenham exercido funções ou actividades de apoio nas áreas mineiras e anexos mineiros ou em obras ou imóveis afectos à exploração da empresa nacional de urânio SA, e estabelece a obrigatoriedade de acompanhamento médico a estes trabalhadores.
São abrangidos todos os ex trabalhadoers que tenham trabalhado, pelo menos 4 anos, à data da dissolução da empresa, no fundo passam a estar abrangidos, como já estavam os que trabalahavam na empresa à data da sua dissolução.
Por último, o acompanhamento médico a estes ex trabalhadores, bem como aos cônjuges ou pessoas que com eles vivam em união de facto e descendentes directos; visa identificar consequências da exposição ao urânio, nestes trabalhadores e familiarese prestação gratuita dos necessários tartamentos médicos.
Estou feliz pelo desfecho, há sete anos que acompanho este processo, tive um papel activo no Decreto Lei 28/ 2005 e participei com entusiasmo no encontrar desta solução.
O PS acabou por se abster nas votações em sede de especialidade mas convém recordar que, quanto teve maioria absoluta, sempre se opôs a esta pretrensão dos trabalhadores.
O actual Governador Civil do Distrito chegou a dizer, quando era Deputado da oposição, que havia uma dívida de gratidão para com estas Pessoas e, quando passou a Deputado que suportava o Governo PS, não só não participou nos debates como deu o dito por não dito, convém recordar; o mesmo aconteceu com o Presidente da Federação Distrital do PS, agora Secretário de Estado da Administração Local.
Fez-se justiça, uma coligação positiva de interesses do PSD com Deputados do CDS, PCP, BE e PEV.
Penso que demos um bom exemplo, honrámos a nossa palavra, estes nossos concidadãos ficam com uma boa imagem dos Politicos.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Intervenção na Sessão Comemorativa do 36º. Aniversário do 25 de Abril na Assembleia Municipal de Viseu

Inicio a minha intervenção como uma palavra de gratidão e agradecimento ao Senhor Presidente da Junta de Ranhados, estimado amigo Prof. António MateusMateus, na sua Pessoa cumprimento todos os habitantes da Freguesia de Ranhados e do Concelho.
Um cumprimento afável ao Senhor Presidente da Câmara, Dr. Fernando Ruas, sempre estimulou estas comemorações, incentiva-nos com a sua presença e o apoio da Câmara Municipal de Viseu.
Um cumprimento especial ao Dr. Francisco Sarsfield Cabral, obrigado por ter acedido ao nosso convite, a sua presença honra-nos e dá brilho a esta sessão Comemorativa dos 36 anos do 25 Abril, com a feliz coincidência de também comemorarmos o Centenário da República.
Uma palavra especial aos Senhores Deputados Municipais, Senhores Presidentes da Junta, Convidados e Jornalistas.
Uma palavra aos cidadãos que nos seguem através da internet.
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Todos os anos cumprimos esta tradição, mais uma vez numa Freguesia rural, cada vez menos rural fruto do desenvolvimento dos últimos vinte anos, cumprindo a tradição iniciada com o saudoso Engº Coelho de Araújo, da forma que se deve comemorar tão importante data para o nosso destino colectivo, junto do Povo.
Neste ano de 2010, com a feliz coincidência de comemorarmos o centenário da nossa República, sendo que o período pós 25 de Abril representa mais de 1/3.
Como habitualmente, deixem que enquadre o tema que escolhemos, fazendo algum percurso histórico.
Perdoem-me os mais conhecedores e estudiosos alguma inexactidão, faço-o com o meu voluntarismo habitual e com uma genuína vontade de enquadramento deste rico período, para chegar ao momento actual.
A monarquia constitucional, período, tão complexo quanto determinante, abre uma nova fase da História portuguesa.
Acusada de servir a Inglaterra, a monarquia começava a ser vista como responsável pela decadência militar e financeira.
Sentia-se, por todo o país, o descontentamento da população.
Em 1876, um grupo de amigos descontentes com o regime liberal português, e entusiasmado com os recentes triunfos republicanos em Espanha e França, organizara-se em partido político, com o desejo de libertar o regime do pequeno grupo que gravitava em redor dos dois partidos que controlavam o poder e o Estado, de forma a permitir a todos os cidadãos terem iguais direitos de participação cívica.
As comemorações centenárias de Camões, em 1880, e do Marquês de Pombal, dois anos depois, foram objecto de grande agitação política, permitindo a primeira intervenção do Partido Republicano Português.
Um dos momentos mais sérios da efervescência política foi, sem dúvida, a Revolução de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, onde se chegou mesmo a hastear uma bandeira republicana, no edifício da Câmara Municipal.
A partir de 1902, o Partido Republicano, ajudado pela Maçonaria e pela Carbonária, recebeu um novo alento.
Entretanto, o aparecimento dum novo partido, o Partido Regenerador Liberal, e a luta acérrima entre estes Regeneradores e os chamados Progressistas criavam obstruções constantes à governação.
O rei D. Carlos propôs a dissolução do Parlamento e a constituição dum governo de ditadura.
Isso foi o suficiente para se gerar uma conspiração de raiz republicana tendente a afastá-lo do poder.
Com o regicídio e a morte do príncipe herdeiro, a 1 de Fevereiro de 1908, subiu ao trono o irmão deste último, D. Manuel que, na tentativa de se opor à crescente força republicana, tentou governar com o apoio de todos os partidos monárquicos.
Mas, a sua falta de preparação para reinar, as intrigas dos que o rodeavam e o número crescente de simpatizantes do Partido Republicano faziam prever o fim próximo da Monarquia.
O contexto de instabilidade política, económica, social, religiosa e cultural de Portugal durante uma época de profundas transformações políticas, avizinhava que a revolta estava eminente.
A Revolução de 5 de Outubro de 1910 aconteceu naturalmente e como consequência das diversas acções doutrinárias e políticas levadas a cabo pelo Partido Republicano.
Com a família real a caminho do exílio, constituiu-se um governo provisório, até à aprovação da nova Constituição política.
Após a Revolução e depois das primeiras eleições legislativas portuguesas, realizadas em 28 de Maio de 1911, foi constituída uma Assembleia Nacional Constituinte que tinha por competência única elaborar e apresentar uma Constituição, que estabelecesse as linhas mestras do novo regime político.
A 1.ª Constituição da República foi aprovada em 21 de Agosto de 1911.
O novo texto legislativo deu uma grande incidência aos direitos e garantias individuais, exercendo-se a soberania através dos três poderes tradicionais.
Com o Congresso da República, que reunia as 2 Câmaras, a dos Deputados e do Senado, a quem competia escolher o Presidente da República e pronunciar-se sobre as políticas ministeriais, assistia-se ao triunfo do parlamentarismo em Portugal.
Mas, a 1ª República Portuguesa (1910-26), apesar das novas leis, não conseguiu durar muito.
A revolução republicana acreditava nos liberais para a construção de um “Portugal novo” e outra vez potente, com uma economia desonerada da sua dependência em relação à Inglaterra, e virada para as colónias, a fim de obter a necessária acumulação de capital.
Mas o Estado Republicano falhou nos seus desígnios.
Não foi capaz de explorar as colónias sem a ajuda do capital internacional, o que aumentou a dependência económica.
Fundos estrangeiros controlavam sectores importantes da economia.
O povo continuou a emigrar, o que denota falta de esperança ou de perspectiva para ver resolvidos os seus problemas mais prementes.
Apesar de a Primeira República ter sido uma experiência impar, a situação que se vivia abriu a porta ao golpe fascista não necessitou de empregar violência para conquistar o poder político.
A Revolução de 28 de Maio de 1926, movimento militar de cariz nacionalista e anti-parlamentar, pôs termo à Primeira República e encerrou o período do liberalismo em Portugal.
Ao suspender a Constituição de 1911, o regime saído deste golpe de Estado tornou-se uma Ditadura Militar, a mais longa da Europa Ocidental durante o século XX.
Finalmente, e após 48 longos anos, a 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas derrubou o regime fascista.
A Revolução dos Cravos, que implanta a Terceira República Portuguesa, que corresponde ao actual regime democrático, representou o início de uma viragem histórica da sociedade portuguesa.
Foi elaborada uma nova Constituição, aprovada e decretada a 2 de Abril de 1976, que garante os direitos fundamentais dos cidadãos, estabelece os princípios basilares da democracia e assegura o primado do Estado de Direito democrático.
Nesta breve resenha, quantas vezes não vos soou a déja vu?
Como o registo histórico nos poderá levar a um sentimento de já termos visto este filme, cem anos da República, com três fases distintas, uma de sonho, uma segunda de cinzentismo e uma terceira em que o sonho renasce.
Trinta e seis anos depois, muito se conquistou, liberdades, desenvolvimento, uma nova organização, mas a incerteza é imensa.
Temos hoje um País triste mergulhado na incerteza da grave situação financeira e no ruído constante que não deixa descortinar uma saída.
Nestes momentos difíceis, é sempre bom evocar a nossa longa história de quase 900 anos, o facto de sermos o País da Europa com fronteiras definidas há mais anos, a nossa capacidade para dar novos mundos ao mundo, podendo mesmo afirmar-se que fomos os precursores da globalização há 500 anos.
É bom que nos inspiremos na história do 25 de Abril, da consolidação da Democracia, da capacidade que tivemos para integrar cerca de um milhão de Pessoas oriundas das ex colónias, da nossa adesão exemplar à União Europeia (éramos mesmo considerados um Bom Aluno), da entrada na moeda única, para só me referir a estes marcos.
Nos dias de hoje, teremos que ser capazes de dar a volta à difícil situação que vivemos, acreditando em nós e no País.
Sem dúvida que teremos de reduzir a despesa, fazer quase um regresso às origens, apostando na nossa indústria transformadora, regressando ao sector primário, sem nos esquecermos dos nossos serviços, para que possamos exportar mais e produtos de maior valor acrescentado mas, ao mesmo tempo, procurando substituir importações por produtos nacionais, um desígnio que deve ser de todos.
Trinta e seis anos depois, quando devíamos estar a celebrar os nossos feitos, vivemos com uma nuvem cinzenta e com a incerteza.
Não podemos esmorecer, temos essa obrigação face à nossa história, face aos nossos filhos e face às gerações vindouras.
Melhor do que ninguém, o nosso convidado nos poderá ajudar a compreender como, cem anos depois da República, poderá Portugal ultrapassar todos os escolhos que se atravessam no seu caminho.
Muito obrigado a todos pela atenção e pela presença.
António Almeida Henriques
Presidente da Assembleia Municipal de Viseu

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Combater o desperdicio

Nesta nova fase do PSD, sob a liderança do Dr. Pedro Passos Coelho e com o Dr. Miguel Macedo na presidência do Grupo Parlamentar, iniciámos o nosso trabalho com uma interpelação ao governo sobre política social e económica.
O desígnio do combate ao desperdício foi por nós apresentado, quatro propostas concretas, designadamente, corte de 15% na aquisição de bens e serviços, em despesa inútil existente um pouco por toda a administração pública, no valor de 1.500 milhões de euros, a adopção de licenças de software abertas o que levaria a uma poupança de 42 milhões de euros, uma melhor negociação e poupanças nas comunicações do Estado, com uma poupança de 61 milhões de euros e um corte radical na consultoria, serviços e avenças no montante de 95 milhões de euros; no total, quatro medidas práticas que levam a um corte na despesa de 1.700 milhões de euros.
Acreditamos que tem de existir um Plano B no PEC, que as medidas de combate à despesa deverão passar, antes de tudo, por um feroz combate ao desperdício, todos nós temos imensos exemplos.
Se houver esta atitude pró activa e de envolvimento, é possível reduzir a despesa sem aumento de impostos e sem imposição de mais sacrifícios sempre aos mesmos.
O Governo, pela voz do Ministro da Economia, ao invés de aproveitar a nossa “boleia”, apelidou estas propostas de uma mão cheia de nada, propostas que apontam para uma redução da despesa de 1% do PIB.
Mais uma vez, um comportamento de quem pensa que continua a governar com maioria absoluta, uma forma de querer impor a sua perspectiva, sem abertura às ideias dos outros.
Nós sabemos que este como o anterior governo reagem sempre assim às nossas propostas para, passados uns meses, muitas vezes já é tarde, virem apresentá-las com outro rótulo.
O que ressaltou deste debate, no qual tive oportunidade de intervir, é que este PEC é preguiçoso, na forma como olha para a despesa e na atitude de não encontrar uma estratégia para o desenvolvimento económico do País.
Face a esta ausência, o PSD tem que apresentar o seu Plano B, para a redução da despesa, mas também para a promoção da nossa competitividade, sobretudo externa.
Obviamente sem esquecer, como tive oportunidade de referir, o apoio aos pequenos e médios empresários, trabalhadores independentes e agricultores, que não são destinatários directos das políticas do Governo.
Como denunciei, o acesso ao crédito está cada vez mais difícil e caro para estas Empresas e Pessoas, chegando a escandalosas situações de dois dígitos;
O Governo esqueceu já o programa “ Pagar a Tempo e Horas” que, embora não tendo produzido frutos, era pelo menos uma intenção que colocava o assunto na agenda, levando a uma degradação dos prazos de pagamentos aos fornecedores; a este desmazelo do Governo, junta-se a degradação nos prazos de pagamento nas exportações que se estima em mais 30 dias, colocando os prazos em 90 a 120 dias, para além do mercado interno onde a situação é ainda pior.
Se o Governo não actua nestas áreas, como noutras, ainda agrava mais a situação das empresas, comprometendo o emprego, a receita fiscal e a competitividade.
Esta ausência de estratégia é cada vez mais preocupante, este é claramente um Governo que já iniciou o seu mandato cansado, sem ideias, sem agenda, sem prática.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Um PEC que não promove o crescimento

As obras do Liceu

Visitei na terça feira as obras da Escola Secundária Alves Martins, depois de ser alertado pelo meu filho referindo que já estava a ter aulas na parte nova.

Na companhia do responsável da escola, o competente Dr. Azevedo Pinto, visitei salas de aula, laboratórios, ainda sem equipamentos, congratulando-me com a celeridade desta grande intervenção no estabelecimento onde estudei e leccionei.

A obra é de grande oportunidade, ficaremos com um Liceu maior, melhor equipado e com melhores condições para os nossos jovens estudarem.

Verifiquei que se encontraram soluções para minimizar a questão do estacionamento por mim levantada, embora duma forma limitada, nos edifícios públicos que se renovam, deveria haver preocupação de criar estacionamento, dando mais qualidade de vida aos utentes e retirando pressão às ruas envolvente.

Uma última nota para as questões ambientais e energéticas, uma nota negativa para a forma como se olha para estas intervenções.

Verifiquei que, do ponto de vista da eficiência energética, não se aproveitou esta intervenção para se actuar duma forma séria, combinando soluções de diminuição de gastos energéticos, e de produção energética, é um desperdício ver um telhado tão vasto sem placas fotovoltaicas, apenas uma instalção de placas solares para aquecimento de água nos balneários.

Perde-se uma excelente oportunidade de investir agora, para poupar no futuro, seria uma boa imagem para as novas gerações que lá estudam, seria uma boa imagem se estivessem num estabelecimento eco sustentável, seria uma forma de aprendizagem, para além de que temos grandes e boas competênciias na nossa Região.

Estou certo que, daqui a poucos anos, se estarão a fazer intervenções nesse sentido, com mais custos e sem a oportunidade que teria agora.

Um último registo para uma reiterada politica de não utilizar materiais produzidos em Portugal nestas obras, há que rever este principio.

Dividir para Reinar


O Governo andou cinco anos para tomar a decisão mais errada no que concerne às Comissões Vitivinícolas da Região, dizendo que em vez de uma irá criar duas e empurrar uma sub-região para o Douro.

Já num artigo que escrevi em 29 de Dezembro de 2006, dizia que “ poderemos estar a desperdiçar uma oportunidade única para criar uma só Comissão Vitivinícola na Região, unindo aquilo que deve ser unido, garantindo dimensão, diversidade na qualidade e uma estratégia única de promoção do vinho, como um dos principais produtos endógenos do nosso Centro, apostando no mercado externo e nas exportações”.

Aí está, com esta decisão, o Dão fica numa Comissão com Lafões, a Bairrada com a Beira Interior e “empurra-se” Távora - Varosa para o Douro, divide-se o que devia estar unido.

Infelizmente, os actores regionais não perceberam que fizeram o jogo do Governo, é melhor dividir para que a falta de dimensão permita fazer o que se quer; para fazer o jogo dos que defendem um País com “risco ao meio”, isto é, do Mondego para cima Norte e para baixo Sul, um rude golpe na estratégia de Afirmação de uma Nova Centralidade.

Não teria sido possível concertar as posições em confronto e criar uma só Comissão Vitivinícola?

Com atitudes destas nunca conseguiremos construir uma verdadeira Região Centro, como já o demonstrámos quando se criou o Turismo do Centro, ficando de fora a Serra da Estrela e Leiria- Fátima.

Com esta atitude de se preferir “reinar” num quintal do que gerir uma quinta com dimensão, estamos a fazer o “jogo” dos que não pretendem a afirmação do nosso Centro de Portugal.

Mais uma vez, ficamos mais fracos, mas cada um dos protagonistas dorme com o sorriso de quem teve uma vitória.

Tenho pena, num momento em que estou de saída da Presidência do CEC, desejo ao próximo Presidente muita sorte, apesar de contrariedades como esta penso que vale a pena continuar a lutar.

In Diário As Beiras de 17 de Abril de 2010

terça-feira, 13 de abril de 2010

Fim de ciclo, Dever cumprido

Defendo que a melhor maneira de protegermos as instituições e de fazermos sempre um trabalho meritório em prol da comunidade, implica que auto limitemos os nossos mandatos, foi isso que fiz ao candidatar-me pela terceira vez, honro agora o compromisso abrindo a porta à mudança e à renovação.
Marquei eleições para os Órgãos Socias co Conselho Empresarial do Centro - Câmara de Comércio e Indústria para o próximo dia 23 de Abril, realizei esta segunda feira a minha última reunião de Direcção, com sentimentos algo contraditório; por um lado, o sentimento do Dever cumprido, dei o meu máximo a esta causa, peguei numa ideia e dei-lhe corpo, liderando uma vasta equipa que foi crescendo todos os dias, à medida que construíamos novas redes, é pois um trabalho de muitos; por outro lado, alguma nostalgia de finalizar uma tarefa que me deu muitas dores de cabeça mas, ao mesmo tempo muito gozo.
A Região Centro ocupa hoje o lugar de pleno direito que lhe cabe, o CEC-CCIC é uma entidade incontornável no contexto do associativismo empresariam no País e na Região
Ao longo de nove anos muitos objectivos atingimos, para não vos maçar sintetizo no próximo parágrafo alguns dos marcos mais relevantes.
A representatividade associativa e empresarial, designadamente no seio da CIP (Confederação da Industria Portuguesa), onde o CEC/CCIC assume uma das Vice-Presidências, a afirmação dos serviços exclusivos da Câmara de Comércio e Indústria, numa lógica de proximidade ao tecido empresarial, a certificação ISO do Conselho Empresarial e de onze Gabinetes Empresa instalados em Associações com plena cobertura regional, uma importante revisão estatutária que garantiu a abertura à sociedade civil e a criação de secções especializadas, um estimulante incremento das relações com as Entidades do Sistema Científico e Tecnológico, de onde resultaram a criação das Redes de Incubação e Empreendedorismo e Inovação e Competitividade, a fundação do Conselho Consultivo, órgão que congrega os maiores grupos empresariais do Centro, Instituições de Ensino Superior, CCDRC e autarquias, a fundação da primeira sociedade de capital de risco regional – Centro Venture – e de uma agência especializada para a gestão de parques empresariais e captação de investimento, a integração na rede EEN (Enterprise Europe Network), ao serviço da internacionalização e apoio às PME no que à dinâmica da construção europeia respeita, bem como o reconhecimento do CEC/CCIC como Organismo Intermédio, ao abrigo de contrato de delegação de competências com o Estado Português, para a gestão de fundos estruturais são alguns dos exemplos.
A Região Centro, com o seu peso de cerca de 20% do PIB e a sua capacidade exportadora que a tornam na única região do País com balança de transacções positiva, apresentada no ano de 2008 um excedente de 572 milhões de euros, importámos 7.058 milhões de euros e exportámos 7.630 milhões de euros, representa 25% da população portuguesa, cerca de 1/3 do território e engloba distritos âncora como Aveiro e Leiria a que se juntam Viseu e Coimbra em crescimento e um Centro Interior (Guarda e Castelo Branco) a necessitarem de uma atenção especial.
Muito há para fazer, claro que sim, a AFIRMAÇÃO DE UMA NOVA CENTRALIDADE é uma tarefa de todos, efectuada em cada dia, só seremos mais fortes se conseguirmos aproveitar sinergias, definir estratégias complementares e trabalhar em rede.
Um obrigado a todos os que comigo colaboraram, Boa Sorte para os que irão pegar nos novos desafios que se adivinham.





sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tempos de Mudança

No dia em que escrevo este artigo, inicia-se o Congresso do PSD de consagração da Nova Liderança, com Pedro Passos Coelho a entrar com o pé direito, cumprindo aquilo que prometeu no dia da vitória, a Unidade do PSD.

Consagrar como primeiro objectivo a unidade do Partido, é um exercício de grande visão de alguém que está disposto a construir um projecto sólido que mereça a confiança do Portugueses.

Os convites formulados a Paulo Rangel e José Pedro Aguiar Branco, bem como a anuência aos mesmos, é um óptimo sinal para o futuro, é tempo de unir esforços pois o País precisa, um PSD unido, onde todos os seus valores devem ser aproveitados, o exercício de uma liderança legitimada por uma votação expressiva, obviamente no respeito da diversidade de pensamento, sempre apanágio do Partido desde Sá Carneiro.

Estou convicto que, do Congresso, sairá uma imagem de unidade num Partido que é de todos, principio reafirmado pelo novo Presidente num jantar com mandatários e directores de campanha; o esforço foi de todos mas, agora, todas as energias devem ser canalizadas para um esforço conjunto da direcção e dos órgãos nacionais, bem como de todas as estruturas autónomas e organizacionais, concelhias e distritais.

Conquistado, unido e organizado o PSD, é tempo de conquistar o País, com uma liderança renovada, com ideias que os portugueses percebam e adoptem como suas, num exercício de oposição responsável que não quer o poder a todo o custo, mas que não se coibirá de marcar as suas diferenças nem levará o Governo ao colo.

Também na próxima semana será eleita a nova Direcção do Grupo Parlamentar do PSD, Miguel Macedo perfila-se como candidato único, penso que merecerá o apoio inequívoco da bancada, bem como a equipa que irá apresentar.

È fundamental manter um ritmo forte e com sentido de responsabilidade, comportamento que já vai sendo habitual neste novo Grupo Parlamentar, bem como um bom entrosamento com a direcção politica.

No que ao nosso Distrito diz respeito, também se inicia um mandato renovado, com uma nova liderança de Mota Faria, mereceu todo o meu apoio, conhece bem o Distrito e o Partido, sabe que os próximos tempos serão de grande exigência, preparar o PSD para os próximos embates e promover um debate que tanto tem faltado, quer a nível nacional quer distrital.

Tenho esperança que o Distrito de Viseu saia reforçado nos órgãos nacionais, isso permitirá um trabalho em rede que a todos beneficiará.

Abre-se, pois, um ciclo de mudança e de renovada esperança.

Uma última referência para a iniciativa que desenvolvi de preparar um Projecto de Resolução que impeça o encerramento da 2ª. Repartição de Finanças de Viseu.

Esperei até 4ª. feira pela resposta dos Deputados do PS eleitos por Viseu, depois de ter tido o acordo dos quatro do PSD e do Hélder Amaral do CDS-PP, acabei por entregar na Mesa com cinco assinaturas.

Mais uma vez, apesar dos discursos de discordância, quer Acácio Pinto, quer José Junqueiro, perdem uma oportunidade de se juntarem aos seus Pares de Viseu.

Pelos vistos, não entenderam os sinais de Mudança, que já vêm do resultado eleitoral que retirou a maioria absoluta PS e deu a vitória ao PSD no Distrito, teria sido apreciado pelos Viseenses verificar que todos os seus Deputados eleitos estavam do mesmo lado a defender os interesses da nossa Terra.

In Diário de Viseu de 9 de Abril de 2010



sábado, 3 de abril de 2010

PSD, uma nova liderança

Envolvi-me com paixão na última disputa eleitoral do PSD, apostando num amigo de longa data, Pedro Passos Coelho.
Não por amizade, mas por convicção, entendo que tem um percurso notável, uma forte formação moral, uma grande capacidade para ouvir e, sobretudo a natural capacidade para liderar e o raro condão de gerar pensamento perceptível, todos os portugueses percebem o que pensa sobre as diferentes matérias, foi bem visível no livro Mudar.

A sua campanha foi em crescendo, não me surpreendeu a sua vitória esmagadora, não seria preciso uma segunda volta para legitimar esta nova liderança, os militantes do PSD queriam uma Mudança de estilo, de liderança, de pensamento e, sobretudo, de corte com muitos interesses instalados que têm empurrado o Partido para a situação em que estava.

Na noite da vitória, logo se vislumbrou uma nova forma de estar, não a arrogância de quem tinha atingido uma maioria esmagadora, mas a atitude magnânime e humilde de quem entende que, antes de tudo, é preciso unir o PSD para depois apresentar aos Portugueses um projecto mobilizador que os envolva, uma verdadeira alternativa ao Governo socialista.

Andei no terreno, senti o entusiasmo, mesmo dos que não votam nesta área, o País, num período difícil com este precisa de uma oposição forte, de um PSD capaz de ocupar um espaço autónomo, com as suas bandeiras, com ideias que o diferenciem dos socialistas.

O País precisa de uma oposição responsável, que saiba apoiar aquilo em que acredita mas que, ao mesmo tempo, saiba ser coerente com o que defende.

Isto a propósito do PEC, entendo a preocupação de estabilidade política, não compreendo como um Governo que quer um entendimento, não abre um diálogo prévio aceitando sugestões.

O PSD teve que aceitar o PEC tal como foi apresentado pelo Governo, apesar de no discurso se ter distanciado do mesmo dizendo que não concordava com o caminho escolhido, absteve-se na votação.

Aqui está uma atitude em que o discurso não coincide com a acção, viabiliza-se politicamente aquilo com que não se concorda, em nome da estabilidade.

Não me parece que seja o caminho a seguir.

Espero, pois, frontalidade e sentido de responsabilidade nesta arejada e nova liderança, bem como uma coerência entre o discurso e a acção.

Pedro Passos Coelho tem todas as condições para fazer diferente e melhor, tem uma liderança reforçada, tem capacidade para unir, mobilizar e conquistar a sociedade, a primeira prova de fogo serão desde já as equipas.

A chamada dos ex Presidentes do PSD e dos ex Presidentes da Assembleia da República para um órgão de consulta, a recondução de António Capucho no Conselho de Estado e a chamada dos adversários nesta corrida aos órgãos nacionais, são, desde já, um bom sinal.

Boa sorte, para bem de Portugal e dos Portugueses.

In Diáriuo as Beiras de 3 de Abril de 2010