Almeida Henriques

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Falta estratégia para os Centros Históricos

A dinâmica dos Centros Históricos e a revitalização do comércio de proximidade tem que ser uma prioridade por todos reconhecida e, já por diversas vezes o disse, devia efectuar-se uma autêntica task force entre o Governo, Autarquias, Associações de Comerciantes e proprietários do comércio de proximidade.

Infelizmente, este grave problema não merece referência no Programa do Governo, sendo que é algo que dinamizaria as economias de proximidade e ajudaria a resolver o grave problema de reabilitação urbana, desertificação e definhamento destes Centros das cidades e vilas.

Nos centros históricos, esta reabilitação associada ao repovoamento e à criação do conceito de centro comercial a céu aberto, com lojas modernizadas, poderia ajudar a travar a desertificação e trazer pessoas a morar e a circular nestas bonitas artérias.

Este tem sido um tema que muito temos debatido em Viseu, designadamente na discussão travada em torno da deslocalização da Loja do Cidadão para funcionar como âncora e a disponibilidade da autarquia para colocar serviços nesta importante área da cidade.

Perde-se, pois, uma boa oportunidade de colocar este problema no centro das preocupações públicas, deveria ser o “cavalo de batalha” do Secretário de Estado do Comércio.

Não há uma visão integrada do problema e quando se lançam programas não se assegura a sustentabilidade; promovem-se cursos de formação para gestores do centro histórico mas depois as associações não têm dinheiro para lhes pagar, estimula-se um programa de animação que logo depois morre por falta de sustentabilidade, o que tem existido é uma politica do “foguete”, é lançado com estrondo e logo depois cai a cana sem reflexo prático e duradouro.

O Governo devia lançar contratos a cinco anos, com um plano devidamente estruturado, envolvendo as autarquias, as associações, os comerciantes e numa lógica regressiva, começando por apoiar a 100% e reduzindo depois com contrapartida das partes interessadas que iriam assumindo a parcela do estado à medida da sustentabilidade do projecto.

É o caminho que tenho defendido e vou continuar a defender.

Outra questão que deve também merecer a atenção das políticas públicas é o facto de as famílias que investiram em habitação próprias, poderem não ter dinheiro para as reparar daqui a 10 ou 15 anos, o que vai gerar um problema urbanístico grave.

Com a situação económica das famílias, estas estarão descapitalizadas e não terão dinheiro para requalificarem os prédios que se vão degradando, há que pensar atempadamente neste problema.

Deixo para posterior aprofundamento esta preocupação, poderá lançar um novo tipo de problemas nas cidades.

Na politica temos que ser prospectivos, veja-se o que aconteceu nas cidades que se transformaram em autênticos donut’s, fruto de politicas de urbanismo que empurraram os cidadãos para a periferia, fruto duma evolução do comércio que relegou para segundo plano o comércio de proximidade.

Problemas que temos que resolver em conjunto, que o Governo deve ouvir, inúmeras vezes tenho falado deste tema, pena que o Governo faça ouvidos de mercador.

In Noticias de Viseu, 23 de Novembro de 2009

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