Almeida Henriques

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

APOIAR QUEM TRABALHA

Nunca é de mais fazer a apologia das nossas empresas que se têm destacado no mercado interno e externo, muitas delas indiferentes a ciclos e à diminuição da procura, numa busca permanente de soluções que permitam ultrapassar obstáculos e transformar ameaças em oportunidades.
Esta é a luta constante de quem está no terreno sendo que, invariavelmente, os que vencem e ultrapassam as dificuldades têm na sua base boas organizações, bem geridas, colocam o enfoque nas Pessoas proporcionando-lhes bom ambiente de trabalho e formação.
A nossa Região Centro, ainda que afastada das duas grandes áreas metropolitanas e do poder, com toda a sua diversidade e o seu alicerce nas micro e PME, tem conseguido contrariar a tendência nacional, teimando em remar contra a maré.
É um esforço que importa realçar, a tenacidade de um Povo Beirão que não baixa os braços, que luta, que não se resigna, num percurso e num esforço dos seus sectores produtivos mais tradicionais, a par de novos clusters que vão emergindo com maior base de qualificação, inovação e tecnologia.
Este é de facto um tempo de esforço adicional, importando manter as organizações operacionais, com todas as suas competências, para aproveitar todas as oportunidades que o mercado proporcione e, ao mesmo tempo, controlar custos para conseguir emergir no período pós crise.
Tudo aquilo que se apregoava no período anterior a esta grave situação mantém-se plenamente em vigor, sendo que ainda mais importa ter estruturas flexíveis, dar extrema atenção aos mercados e aos mecanismos de financiamento.
A prova são as 500 empresas que se destacam nesta edição do Diário de Coimbra, fazendo a apologia do melhor que temos, de muitas organizações que melhoram os seus ratios, que continuam a crescer, apesar da conjuntura.
É este espírito empreendedor e de não resignação que se deve estimular.
Os empresários têm que cumprir o seu papel e esperar que o Estado faça o mesmo, não estimulando qualquer tipo de subsidio dependência ou benesses indevidas, mas antes dignificando quem empreende e facilitando a sua vida.
A desburocratização, a promoção de reformas que permitam ter uma justiça célere e credível, os investimentos em infra-estruturas e redes logísticas que diminuam os custos de transportes, aproximando-nos do Centro da Europa e dos outros mercados para os quais exportamos, são medidas fundamentais.
Ao mesmo tempo, o Estado, sendo uma Pessoa de Bem na relação com o empresário, se exige tem que dar o exemplo, isto é, tem que pagar a tempo e horas, tem obrigação de contribuir para uma maior liquidez das empresas promovendo medidas como a extinção do pagamento especial por conta ou alargar o mecanismo da reversão do IVA que já pratica na construção civil e obras públicas, para já não falar da possibilidade de compensação de créditos.
Os Bancos também têm que cumprir o seu papel, com a CGD a dar o exemplo, num apoio às empresas com spreeds compatíveis com os tempos que vivemos, ajudando, não colocando obstáculos.
No domínio das exportações é também preciso apoiar quem tem possibilidades de colocar produtos e serviços noutros mercados, através de mecanismos céleres de aprovação de seguros de crédito à exportação, obviamente com análise de risco, mas numa lógica de Bem Público.
Importa também agilizar e promover complementaridades e uma actuação eficiente das diferentes entidades que promovem as exportações e a entrada noutros mercados, bem como a criação de um fundo de capital de risco que tenha como único objectivo apoiar as empresas que exportam.
Impõe-se que se coloque pragmatismo na acção, as palavras destroem empresas, os actos no momento certo, a acção virada para objectivos concretos, salvam postos de trabalho e organizações.
É preciso apoiar estas 500 empresas e muitas das outras que não cabem neste quadro, mas que têm potencial de desenvolvimento.
A bem do Centro e do País.
In Diário de Coimbra, 150 maiores empresas, 11 de Novembro de 2009

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