Almeida Henriques

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Estratégia anti crise ou endividamento?

Os efeitos da ferrovia de alta velocidade e da expansão da rede de estradas na dinamização da economia. Estratégia anti-crise ou endividamento?

Quando confrontado com estas questões importa dar prioridade ao que é fundamental, desde logo a necessidade de boas infra estruturas que potenciem o desenvolvimento, eu se afigurem adequadas e que diminuam os custos de instalação, deslocação de pessoas e expedição de mercadorias e matérias-primas.
Assim, a primeira decisão deverá ser de custo benefício, de modelos adequados que articulem as diferentes formas de transporte e que permitam colocar as nossas mercadorias ao preço mais baixo no centro da Europa e nos diferentes mercados em que nos encontrarmos. Esta deve constituir a prioridade.
Quando falamos de ferrovia, o importante é dispor de uma rede adequada, a pensar nas Pessoas e nas mercadorias; é inadmissível que num transporte de futuro não se sirva o País com equidade e combatendo as assimetrias.
Ao litoral, designadamente nos territórios que são servidos pela linha do Norte, encontramos um bom serviço; no interior a resposta não é claramente adequada.
Assim, antes de pensar em TGV, há que encontrar um modelo que seja eficiente e que sirva bem todos os Distritos do País. Conforme se tem dotado o Pais de uma rede adequada de auto-estradas, devia-se seguir o mesmo padrão para a ferrovia.
Prioridade à ferrovia, com toda a certeza que sim; já quanto à opção TGV permanecem dúvidas fortes, designadamente quando olhada enquanto estratégia para combater a crise.
A estratégia anti-crise deve ser alicerçada em três pilares, constituídos pela melhoria da liquidez das empresas, promoção das exportações e actividades de proximidade que dinamizem o mercado interno.
No campo da liquidez tenho defendido o pagamento a tempo e horas por parte do Estado, a institucionalização do IVA com recibo, a extinção do pagamento especial por conta e a possibilidade de efectuar compensações de créditos com o Estado.
Na promoção das exportações deve ser dada prioridade a uma boa articulação entre as diferentes entidades que trabalham para o seu incremento, adoptar medidas que permitam a aprovação dos seguros de crédito à exportação e a constituição de um fundo de capital de risco que apoie as empresas com capacidade exportadora.
No domínio das acções para dinamizar o mercado interno, a promoção de obras de proximidade, ao invés de grandes projectos, devidamente disseminados pelo País, com enfoque na requalificação das zonas Históricas, que trariam pessoas a viver nos centros das cidades, requalificação urbanística e dinamização do conceito de centro comercial de ar livre; outra medida, sendo o Estado um dos motores da economia, seria proporcionar um melhor acesso das empresas mais pequenas enquanto suas fornecedoras, designadamente através da Central de Compras.

In Diário de Leiria, 11 de Novembro de 2009

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