Almeida Henriques

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Escrever sob pseudónimo

Ao ler o primeiro artigo de “um deputado do PS” que agora escreve neste espaço, fiquei com a impressão que era o Dr. Junqueiro a escrever sob pseudónimo.

Não consegui descortinar em todo o texto o afável e correcto ex. Governador Civil de Viseu, aquela pessoa que ao longo do exercício das suas funções procurou cultivar uma boa relação com todos.

Se me permite o “conselho”, os exemplos do “mestre” só devem ser seguidos quando são bons; por isso, continue a cultivar o seu próprio estilo cortês e correcto, não resvale pelo ataque fortuito, juízos de valor ou até lançamento de suspeições, afinal de contas os adversários políticos não são inimigos, é saudável existirem diferentes pontos de vista que devem ser respeitados, a democracia é isso mesmo, o exercício do contraditório.

Quando procura denegrir a minha acção enquanto Deputado da oposição, esquece-se que já tenho sete anos de exercício da função com a confiança reiterada em três actos eleitorais, já tenho alguma provas dadas, recomendo-lhe que faça o mesmo percurso, de defesa de quem nos elege, não de “ventríloquo” do governo.

Já agora, seja mais original nos argumentos, os que utiliza como “hiperactividade” politica ou excesso de protagonismo, já foram utilizados à exaustão pelo líder distrital do PS, agora Secretário de Estado.

Prefiro ser acusado de “hiperactividade” na defesa dos interesses do distrito do que ter o rótulo de hipo activo.

Dito isto, será a última vez que me dirijo a si nestes termos, a boa relação que temos cultivado suscitou em mim estas linhas, espero que tenha valido o esforço.

Voltando a questões que interessam, afinal já há um Ministro deste Governo que reagiu aos nossos pedidos de audiência, aos tais tão amplamente criticados pelo PS.

Afinal de contas, o novo Ministro das Obras Públicas considerou de interesse reunir com os Deputados eleitos do PSD, no dia em que este artigo sai publicado, teremos a primeira reunião com o referido Ministro, um bom exemplo de convivência democrática.

Neste encontro daremos conta das nossas preocupações e prioridades para o Distrito, na próxima semana daremos conta dos resultados desta reunião, uma boa prática de colaboração institucional.

Uma última nota para o clima de autêntica “tragédia social” que constitui o aumento do desemprego, um agravamento de 2,1% entre Julho e Setembro, são já 547.700 os nossos concidadãos nesta grave situação.

Este é um número conservador pois se juntarmos aqueles que já desistiram de procurar emprego, este número sobe para 652.000 e, se juntarmos os 100.000 cidadãos a frequentarem estágios profissionais ou cursos de formação, temos a dimensão exacta do problema.

A crise justifica uma parte destes números, mas não é menos verdade que as medidas anti crise do governo não estão a produzir os efeitos que se pretendiam.

O PSD, mais uma vez, vem apresentar um conjunto de medidas que serão debatidas na próxima semana, em linha com o que tenho defendido para melhorar a liquidez das empresas e promover um clima favorável ao seu desenvolvimento e estímulo das exportações.

O Governo terá aqui um bom momento para reconhecer que o caminho que tem seguido não produziu frutos e adoptar uma outra visão que é a nossa.

A situação é demasiado grave para que atitudes de teimosia continuem a lançar todos os dias mais Pessoas no desemprego.

In Diário de Viseu, 19 de Novembro de 2009

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