Almeida Henriques

quarta-feira, 17 de março de 2010

Vale a pena

É corrente manter ainda algum preconceito sobre o excessivo papel do Estado na sociedade e na governação de um país, mesmo quando isso tem encargos elevados para os contribuintes, mesmo quando é duma evidência enorme que grande parte da riqueza que produzimos se dirige para o funcionamento de uma máquina excessivamente pesada e tantas vezes ineficiente.

Não devemos ter pudor em exigir que o Estado se aplique com afinco às áreas de soberania que são da sua exclusiva competência.

Não podemos deixar de exigir que invista na educação, na justiça, na saúde, na desburocratização, na criação de condições favoráveis ao empreendedorismo e aos investidores, mas com retorno claro para os portugueses.

Ao gastar os seus esforços em demasia na economia e na vida empresarial, o Estado não cumpre a missão que lhe é confiada pelos cidadãos, quebrando o pacto que está também na génese da sua existência.

Esta é uma das circunstâncias que está na base da actual crise económica, financeira e de esperança que se vive.

De bom aluno da União Europeia, Portugal passou a integrar com a Irlanda, (Itália), Grécia e Espanha o denominado grupo PIGS, alcunha pouco honrosa atribuída aos países que mais dificuldades estão a apresentar em ultrapassar a actual conjuntura.

É hora de pensar em estabilidade, mas também em crescimento, de regressar a uma rota de convergência que já conseguimos ter.

É hora de estimular empresários, jovens empreendedores, quadros qualificados, que tendem para a fuga, a acreditar que o país vale a pena, há muitos séculos.

In JOrnal do Centro de 19 de Março de 2010

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