Almeida Henriques

sábado, 20 de março de 2010

A dinâmica da “nossa” Região Centro

A nossa Região Centro tem-se paulatinamente afirmado no contexto nacional e internacional, são vários o grupos empresariais e empresas que se destacam nas estratégias de internacionalização, aposta na inovação, lançamento de novos produtos, incremento de novas actividades e esforço de promoção de um espírito empreendedor.

Ao longo dos anos fomos afirmando a nossa capacidade exportadora, sermos a única região do País com Balança Comercial positiva, é uma das nossas bandeira, para já não falar da convergência que temos vindo a fazer com o resto do País, no que à criação de riqueza diz respeito.

Com quase 20% do PIB, acredito que será possível consolidar a nossa posição, afirmando o Centro como Região Inovadora, com capacidade de empreender e que promove um desenvolvimento sustentável.

Estávamos no bom caminho quando há cerca de ano e meio despoletou esta grave crise internacional, que não nos passou ao lado.

O ano de 2009 foi muito difícil, o aumento de acções de insolvência cresceu 49% no País, havendo um decréscimo de criação de novas em 15%, situação que teve incidência na nossa Região, com destaque para Leiria e Aveiro.

Como resultado destas falências e do arrefecimento da actividade económica, o desemprego aumentou.

No espaço de um ano, mais 13.000 pessoas perderam o emprego engrossando as listas dos Centros de Emprego, obviamente que foram os distritos com mais actividade económica a contribuíram para isso (Aveiro com 9.305, Viseu com 5.413 e Leiria com 3.223).

Temos cerca de 82.000 desempregados, crescemos de 5,4% para 6,9% na taxa de desemprego, embora abaixo da média nacional, não deixa de ser preocupante.

Com dados como estes só nos resta um caminho, não baixarmos os braços, temos dos melhores empresários do País, temos algumas das melhores empresas, temos que continuar a acreditar exigindo dos poderes públicos condições para sairmos da crise e promovermos a retoma da Região.

Recentrar o Quadro de Referência Estratégica Nacional na Região, acelerando a sua execução, aprovar um quadro mais favorável que ajude a promover as nossas exportações com abertura de novos mercados e consolidação dos existentes.

Um apoio efectivo na melhoria da liquidez das empresas, os Bancos têm que as apoiar, com spreeds realistas, acreditando nas pessoas e organizações, o Estado tem que fazer um esforço para pagar a tempo e horas às empresas.

Há que fazer um esforço de apoio às empresas, promover a dinamização dos pólos urbanos, captar novos investimentos e, sobretudo, eleger o empreendedorismo como um dos nossos factores de diferenciação.

A este nível, temos todas as condições para o sucesso, temos a melhor rede de incubadoras do País e cada vez mais a trabalharem em rede, é disso bom exemplo a aprovação recente de uma candidatura conjunta (RIERC).

Cada autarca deveria ter como desígnio abrir um ninho de empresas e criar um fundo de micro crédito para criação de novos projectos para que, duma forma concertada, aumentássemos exponencialmente o aparecimento de novas empresas.

Mais do que nunca é importante concertar estratégias, procurar caminhos para sairmos desta conjuntura recessiva, apostando em novas áreas, procurando novos investimentos.

A nossa mentalidade inovadora, virada para os mercados externos, tem que nos tirar deste momento mau, as chamadas forças vivas da região, os que criam riqueza, têm que concertar actuações, criar redes aos diferentes níveis, aproveitar o muito que ainda existe do QREN.

Num País dominado pelas micro e PME, são só 831 as grandes empresas e muito poucas estão sedeadas no nosso Centro, há que promover o crescimento de algumas mas o sucesso estará na nossa rede de pequenas e médias empresas.

Mais do que nunca, dependemos de nós e da capacidade para traçarmos caminhos colectivos e complementares, o individualismo e o protagonismo isolado não levam a lado nenhum.

In Diário as Beiras, 20 de Março de 2010

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