Almeida Henriques

sexta-feira, 12 de março de 2010

No curto prazo

Portugal, Irlanda, (Itália), Grécia e Espanha são agora denominados pelos nossos congéneres do Norte como PIGS, alcunha pouco simpática atribuída aos países do Sul da Europa e a um outro mais atlântico que foi até há muito pouco tempo uma das referências da União ao nível da convergência e mudança de paradigma social e estrutural.
No nosso caso, do bom aluno tantas vezes elogiado, passámos a carregar com a raposa, como se dizia no tempo em que havia avaliação e cultura de mérito nas escolas.

Breves foram os tempos em que nos convencemos (ou nos convenceram) de que poderíamos integrar o pelotão da frente dos mais competitivos.

Entraram agora no vocabulário comum dos cidadãos e empresários as expressões do défice, dos 3%, do PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento), das agências de rating, dívida pública e externa.

Não raro nas últimas semanas o país ficou suspenso por decisões que contendem com todos esses conceitos ou perdido nas dicotomias técnico-ideológicas entre a importância do Investimento público ou da iniciativa privada.

Fala-se, novamente, na necessidade de mais uma geração para recuperar os nossos atrasos estruturais.

É muito, é demasiado, e a sociedade civil não se pode conformar com estas perspectivas de tão longo prazo.

É nosso dever exigir que a riqueza que produzimos seja bem aplicada pela e para a coisa pública.

É nosso dever exigir que o Estado se dedique não ao que lhe não pertence, mas que se concentre e invista na educação, na justiça, na saúde, na desburocratização. Se fizer bem o que tem de fazer e perder o tique de se imiscuir em demasia na economia, já fará um grande favor a todos os empresários e às contas da nação, no curto prazo.

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