Almeida Henriques

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sinais Positivos?

As boas notícias são sempre positivas, a precipitação da análise sobre as mesmas é que pode ser fatal. É positivo constatar que a economia cresceu mais do que se esperava, 1,8% quando comparado com período homólogo de 2009 e 1,1% face ao trimestre anterior.
Este crescimento teve na sua base o aumento do consumo das famílias, 2,7%, impulsionado pela compra de produtos duradouros (15,1%), viaturas e não duradouros (1,5%), comparando com o mesmo período de 2009.
Um facto muito relevante foi o crescimento das exportações, 8,5%, o maior aumento desde o primeiro trimestre de 2007 sendo que foram mais os bens (11,1%) do que os serviços (2,2%) a dar este contributo.
O investimento registou redução de 3,8%, ainda assim menos negativo que no trimestre anterior.
Mas estes resultados devem merecer análises muito ponderadas, embandeirar em arco é sempre negativo.
Mais uma vez não se entende a reacção do Primeiro-ministro, a sua credibilidade vai ficando cada vez mais em causa pelo comportamento que denota.
Ao longo destes anos oscilou entre o decretar o fim da crise, pela voz de Manuel Pinho, quando nos afundávamos.
Numa semana afirmava a pés juntos que não ia aumentar impostos para logo dar o dito por não dito.
Num mês o PEC é suficiente, elogiado por todos, na semana seguinte estamos à beira da bancarrota.
De facto, os sinais positivos animam-nos mas, se não se fizer o trabalho de casa não chegamos a bom porto.
O País tem que resolver dois problemas ao mesmo tempo, equilibrar as contas e melhorar a sua competitividade.
Sem ambição não há competitividade, ela é o motor de desenvolvimento, de progresso, ser competitivo é concorrer com outro, seja trabalhador empresa, sector ou Estado.
Esta necessidade de ambição tem que ser transmitida ao País, com uma estratégia que mobilize.
O Ministro da Economia tem que assumir a sua função em pleno, pegar no que resta do QREN e tem que o refocalizar, simplificar e adequar à realidade.
Mobilizar os parcos recursos para ajudar as empresas no caminho das exportações, melhoria da sua liquidez e dificuldades organizativas que minam a produtividade.
Este é um tempo que precisa serenidade, saber para onde se quer ir e muito, muito trabalho.
Vai ser difícil sair deste beco, mas será possível se houver estratégia e capacidade de concertar estratégias e criar redes.
In as Beiras, 12 de Junho de 2009

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