Almeida Henriques

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Qualidade de serviço na rede eléctrica


Em duas semanas consecutivas, interpelei o Presidente da ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos), Prof. Victor Santos e o Secretário de Estado da Energia e Inovação, Prof. Carlos Zorrinho, sobre a qualidade do fornecimento de energia no interior do País.
Na verdade, são diárias as reclamações de indústrias implantadas no nosso interior, mesmo em Viseu no Parque Industrial de Coimbrões, que se queixam das quebras e falhas no fornecimento da energia eléctrica.
Olhando para o relatório da ERSE, constata-se uma excelente evolução, em 2001 verificaram-se 530,74 minutos de interrupção no fornecimento de energia, valor que baixou para 136,21 em 2007.
É uma boa evolução em termos absolutos, pena que grande parte das interrupções se concentrem no nosso interior.
Coloca-nos numa situação menos competitiva face a outras regiões do País, perdem as empresas que cá estão, é um factor que pesa na escolha da localização daquelas que procuram novas zonas; não bastam as acessibilidades físicas, cada vez mais a qualidade do fornecimento da energia, a existência de boas infra-estruturas de telecomunicações, podem ser decisivas na competitividade das empresas e na conquista de novos investimentos.
O Presidente da ERSE, quando confrontado com esta minha posição, reconheceu que era mais uma assimetria fortemente prejudicial para os territórios, respondeu que o reforço de investimento nas redes é uma questão política, não compete ao regulador.
O Secretário de Estado da Energia e Inovação, à mesma questão, respondeu que competia à ERSE fiscalizar e pugnar pela qualidade de um serviço universal de qualidade em todo o território.
Em que ficamos?
Quem pode actuar para que este problema se resolva?
Quem fica a perder, é fácil detectar.
Trata-se da pescadinha de rabo na boca- não se investe em infra-estruturas porque o consumo é baixo, não há investimento porque a qualidade do serviço é má.
Perde o território que não se desenvolve.
O objectivo de exigir maior investimento nas infra-estruturas de fornecimento energético e na qualidade das telecomunicações de banda larga, tem que estar sempre presente no discurso politico e nas nossas reivindicações.
Pela minha parte, como não estou esclarecido, irei colocar uma pergunta ao governo sobre este assunto.

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