Almeida Henriques

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

LOJA DO CIDADÃO NO CENTRO HISTÓRICO - OPÇÃO ESTRATÉGICA

O Governo não percebe nada do que se está a passar, um pouco por todo o País, no que à dinamização dos Centros Urbanos diz respeito; a posição quanto à deslocalização da Loja do Cidadão para o Centro Histórico de Viseu é só um exemplo.
De facto, como tenho afirmado em múltiplas ocasiões, deveríamos estar a assistir a um esforço concertado entre o Governo, as autarquias, as associações de comerciantes e os comerciantes, para colocar os centros urbanos na preferência dos consumidores, dando-lhes vida, assumindo-se como verdadeiros centros comerciais de ar livre.
Ao invés, o Governo lança mais uma “estafada” candidatura ao Modcom, instando os comerciantes a apresentarem projectos para modernização das Lojas, sem ir ao cerne do problema; para quê modernizar as Lojas se depois não existem Pessoas a circular e não se atingem vendas; atira-se o comerciante mais rapidamente para a insolvência, pois também tem que investir e depois não tem retorno.
Não é difícil perceber que os centros urbanos precisam de gente, de novos habitantes que o povoem, dando-lhe vida e que, para tal é preciso requalificar edifícios e os espaços e facilitar a vida a quem queira ir viver para lá.
Por outro lado, é preciso criar dinâmicas de centro comercial de ar livre, não com fogachos como a animação periódica ou a criação da figura do gestor de centro histórico em que se admitem, dá-se formação, mas depois não há dinheiro para lhes pagar.
Uma contratualização a dez anos, com um plano consistente de procura de âncoras que dinamizem os centros comerciais de ar livre, animação continuada e consistente, espaços para os compradores deixarem os filhos, possibilidade de entrega das compras ao domicílio, enfim, … tudo aquilo que a imaginação permita criar para levar as pessoas a preferirem fazer compras ao ar livre, concorrendo com as grandes Superfícies existentes, aparecendo como alternativa aos olhos dos consumidores.
Um contrato que envolva o Governo, as Associações de Comerciantes e os próprios comerciantes, um autêntico condomínio de Ar Livre a que o Governo alocasse verbas, sempre com a comparticipação das partes interessadas, os comerciantes, que nos primeiros anos teriam que realizar uma parte mais pequena, assumindo uma maior quota-parte à medida da implantação do projecto.
Numa dinâmica destas já fazia sentido existir um programa de modernização das lojas, com o nome Modcom ou outro, deveria ser este o destino das verbas existentes na Secretaria de Estado do Comércio, resultado do licenciamento comercial, sugestão por mim apresentada e aprovada há vários anos atrás, para já não falar da importância que teria alocar verbas do QREN a esta dinamização, duma forma concertada, não da forma avulsa actual.
Todos queremos o Centro de Viseu com Vida, entendemos que tem condições para isso, mas é preciso concertação de esforços de todos, não basta o esforço que o Município e a Associação Comercial estão a fazer.
A deslocalização da Loja do Cidadão é um excelente contributo, não se pode ter uma visão economicista como a do Presidente do Instituto de Gestão das Lojas do Cidadão, que deveria estar calado.
Não é exigível a um técnico que tenha a Visão do conjunto, é legitimo que este responsável só raciocine em função do serviço que gere, não critico o pensamento que exprimiu, mas sim a oportunidade das declarações, melhor seria que tivesse ficado em silêncio.
Primeiro, porque como técnico não se lhe exige que tenha a Visão de conjunto que resulta do entendimento de se olhar para a Loja do Cidadão como a primeira Âncora do Centro Histórico, pelo tráfego de Pessoas que gera.
Por outro lado, não fica bem ver um Politico como o Senhor Secretário de Estado do Comércio, ser desautorizado por quem é nomeado e não tem a legitimidade do voto popular para se pronunciar politicamente.
A função do Politico é articular várias valências, procurar encontrar o sentir das populações, traçar estratégias e apresentá-las sob a forma de soluções “políticas”, tal não é a exigência do técnico, ainda para mais nomeado como é o caso.
Lamentam-se pois, estas afirmações, é elementar exigir que o Senhor Secretário de Estado do Comércio, Dr. Serrasqueiro, venha dizer se mantém a visão transmitida em Viseu, o Governo fala pela voz dos seus Ministros e Secretários de Estado, independentemente de terem a tutela ou não da área.
Aqui está uma boa oportunidade de o Governo dizer o que pensa sobre a dinamização dos Centros Urbanos, apresentar soluções que a todos envolva, começando por dar o exemplo em Viseu.
Não podemos desistir do desígnio de deslocalizar a Loja do Cidadão para o Centro Histórico, é uma opção que nos une, lutemos por ela.
Já agora, o contributo dos responsáveis socialistas é Bem Vindo!
In Diário de Viseu, 15 de Janeiro de 2009

Sem comentários:

Enviar um comentário