O arrojo do Dr. Fernando Ruas, que protagonizou a reconstrução do Teatro Viriato, a par da excelente parceria celebrada com o ministério da Cultura, tendo como responsável o nosso conterrâneo Manuel Maria Carrilho, permitiu selar um acordo que criou o Centro de Artes do Espectáculo de Viseu.
Neste acordo, a Autarquia e o Ministério da Cultura assumiam repartir entre si o orçamento anual necessário, ficando uma percentagem a ser coberta pelas receitas próprias, oriundas da bilheteira, mecenas e amigos do Teatro.
A escolha de Paulo Ribeiro para dirigir o projecto, foi a cereja no bolo e, simultaneamente, o dois em um, ganhava-se um Director para o Teatro e uma Companhia de Dança que passava a estar sedeada em Viseu, denominada Paulo Ribeiro.
Estes dez anos mudaram a imagem de Viseu, do ponto de vista cultural, o Teatro Viriato é hoje uma referência incontornável, com uma programação de grande qualidade e diversificada, com um pendor para a dança que vem ganhando cada vez mais espectadores.
Com este passado, presente e futuro, não admira que a candidatura apresentada ao programa Apoio Directo às Artes, tenha merecido a apreciação de “ um exemplo de sucesso e modelo a seguir, referindo que o candidato apresenta um plano de actividades muito bem construído, assente num projecto estruturado de programação e formação.”
Ao alcançar um merecido segundo lugar no panorama nacional, era de esperar um reforço de apoio que compensasse, pelo menos, a inflação; estranha-se que se atribua um valor inferior em 10%, face ao dos últimos 8 anos, que o valor dos apoios não esteja em conexão directa com a excelente avaliação da mesma.
Este projecto sempre foi acarinhado por todos os viseenses, recordo-me de, enquanto Presidente da AIRV, ter ajudado a encontrar os mecenas necessários para que a qualidade fosse assegurada.
Chegados aqui, não devemos permitir que a manutenção da qualidade seja colocada em causa pelo Ministério da Cultura, que se desviem verbas para outros projectos, provavelmente com menos qualidade, para privilegiar sempre a Grande Lisboa.
É possível desenvolver projectos de qualidade no interior do País, como se comprova pelo Teatro Viriato, pela Companhia de Dança Paulo Ribeiro, ACERT e Teatro Montemuro, entre outros excelentes exemplos do nosso Distrito.
Que o bom senso impere e que o esperado reforço do apoio ao nosso Teatro venha, não se colocando em causa a excelente programação que apresenta.
Sei que todos os grupos parlamentares apresentaram perguntas ao Governo sobre esta matéria, há unanimidade, esperemos que o Ministro da Cultura dê razão à reclamação apresentada.
A Câmara de Viseu mais uma vez esteve atenta, assumindo a responsabilidade de indexar a comparticipação da autarquia para o próximo quadriénio, ao montante a ser atribuído pela Cultura.
Aqui está uma boa oportunidade de unir esforços, a bem da Cultura.
In Noticias de Viseu, 02 de Abril de 2009
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