Almeida Henriques

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Discutir a violência doméstica

A excelência do debate protagonizada pelos oradores, Sr. Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro e pela Dra. Elza Pais, Presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género, bem como pelos comentários do Dr. Herminio Magalhães (Vereador da CMV), Dr. João Paulo Sousa (Ordem Advogados), Dr. Manuel João (Segurança Social), Dra. Sónia Santos (APAV), Comandante da PSP, Almeida Campos e Major Paulo Fernandes (GNR), permitiram mais de três horas de debate intenso e de grande qualidade, numa assistência paritária e interessada.

Inaugurámos uma nova era em Viseu, o debate aberto com recurso às novas tecnologias.

Com a colaboração da Escola Profissional Mariana Seixas, numa equipa chefiada pelo Dr. Paulo Nabais, foi transmitido em directo pelo endereço www.epsm.pt, www.mogulus.com/epms, Dão TV, Viseu TV, Jornal do Centro e site da Câmara Municipal de Viseu, tendo-se registado cinco perguntas por e-mail.

De facto, a violência na família assume diversas formas, afecta mulheres de diversas classes sociais, é uma incontestável violação dos direitos humanos que põe em causa a relação de liberdade, de respeito mútuo e a igualdade de direitos entre homem/ mulher, tal como é expresso na Constituição.

Durante o ano de 2008, as queixas registadas de violência doméstica contra as mulheres, cresceram cerca de 32%, comparativamente ao ano de 2007, factor que derivará de uma eventual maior sensibilidade das pessoas para a denúncia, que está sujeita obrigatoriamente a investigação, pelo facto de se tratar de um crime público.

Também em Viseu estes número têm crescido, 49 em 2005 e 149 em 2008, só na área de intervenção da PSP; se acrescentarmos a área da GNR, este número sobre para mais de 700 casos em 2009, ainda assim aquém das situações que se passam na realidade.

Como ficou bem patente neste debate, só com a intervenção de todos, cidadãos, autoridades, autarquias, associações, será possível construir redes de acção e complementaridade que permitam combater este grave flagelo.

A Assembleia Municipal de Viseu, numa acção conjunta dos seus Deputados Municipais, protagonizou um momento importante, inovador, provavelmente o início de uma maior democraticidade no acesso às suas sessões, sejam de debate como estas, seja num futuro próximo na transmissão das suas sessões ordinárias.

Espero, na Sessão da Assembleia Municipal Jovem a realizar no dia 21 de Abril, na parte da manhã, sob o tema “ Ser Criança, Exercer a Cidadania, efectuar transmissão idêntica que permita, nas Escola participantes, colocar as outras crianças a acompanhar o desempenho dos seus colegas.

O apoio ao Teatro Viriato tem que ser reforçado

O (re)surgimento do Teatro Viriato em Viseu, resultou de uma excelente parceria protagonizada pelo Dr. Fernando Ruas, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Viseu e pelo Dr. Manuel Maria Carrilho, enquanto Ministro da Cultura de então, que para além da reconstrução do edifício, selaram um acordo que permitiu criar o Centro de Artes do Espectáculo de Viseu.

Neste acordo, a autarquia e o Ministério da Cultura assumiam repartir entre si o orçamento anual necessário, ficando uma percentagem a ser coberta pelas receitas próprias, oriundas da bilheteiras, mecenas e amigos do Teatro.

A escolha de Paulo Ribeiro para dirigir o projecto, foi a cereja no bolo e, simultaneamente, o dois em um, ganhava-se um Director para o Teatro e uma Companhia de Dança que passava a estar sedeada em Viseu, denominada Paulo Ribeiro.

Estes dez anos mudaram a imagem de Viseu, do ponto de vista cultural, o Teatro Viriato é hoje uma referência incontornável, com uma programação de grande qualidade e diversificada, com um pendor para a dança que vem ganhando cada vez mais espectadores.

Com este passado, presente e futuro, não admira que a candidatura apresentada ao programa Apoio Directo às Artes, tenha merecido a apreciação de “ um exemplo de sucesso e modelo a seguir, referindo que o candidato apresenta um plano de actividades muito bem construído, assente num projecto estruturado de programação e formação.”

Ao alcançar um merecido segundo lugar no panorama nacional, era de esperar um reforço de apoio que compensasse, pelo menos, a inflação; estranha-se que se atribua um valor inferior em 10%, face ao dos últimos 8 anos.

Sei que todos os grupos parlamentares apresentaram perguntas ao Governo sobre esta matéria, há unanimidade, esperemos que o Ministro da Cultura dê razão à reclamação apresentada.

A Câmara de Viseu mais uma vez esteve atenta, assumindo a responsabilidade de indexar a comparticipação da autarquia para o próximo quadriénio, ao montante a ser atribuído pela Cultura.

Vamos estar atentos e apoiar a instituição que, a par do ACERT e do Teatro Montemuro, entre outras, tanto tem contribuído para o elevar do nome de Viseu.


In Diário de Viseu, 02 de Abril de 2009

Sem comentários:

Enviar um comentário