Almeida Henriques

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Grosseria e má educação

O comunicado do PS reagindo às nossas declarações, aquando de uma visita de trabalho a Nelas é, no mínimo, grosseiro e malcriado, fazendo um ataque pessoal a uma posição política assumida pelos Deputados de Viseu eleitos pelo PSD.
Assumimos e mantemos que existe uma instrumentalização das funções públicas por parte do PS, só não será visível por parte de quem não quiser ver.
Senão vejamos, por onde passam os membros do Governo e o Senhor Governador Civil nas inúmeras visitas que efectuam ao Distrito, só muito excepcionalmente visitam autarquias presididas por social-democratas, verificando-se uma concertação na promoção das instituições e das personalidades ligadas ao Partido Socialista.
No relacionamento com instituições, onde vão parar, normalmente, os projectos aprovados, senão a entidades dirigidas por socialistas, vejam-se as recentes aprovações das Unidades de Cuidados Continuados, em que o facto notório foi a não aprovação da candidatura da Misericórdia de Viseu.
E que dizer dos Gabinetes de Inserção Profissional que, numa primeira fase foram parar aos Municípios e Juntas de Freguesia socialistas ou instituições ligadas e, só depois de amplos protestos, foram duplicadas as aprovações para contemplar outras situações, designadamente autarquias do PSD, em vésperas de eleições autárquicas.
E quanto às situações com a que denunciámos em Janeiro de 2009, quando o candidato a Presidente da Câmara de Mangualde e um Deputado, agora Governador Civil, visitaram Freguesias a atribuir apoios comunitários no âmbito dos caminhos rurais, que deviam ter análise isenta e que estes alardearam como tendo sido aprovados com a sua influência política.
Não será, tudo isto, instrumentalização das funções públicas por parte dos socialistas?
Quando falamos de mais de quinhentas pessoas envolvidas nesta “rede” de influências socialistas, estamos a falar daqueles que eram tradicionalmente vistos como lugares políticos, hoje muito mais alargado, da saúde à segurança social, passando pela formação e centros de emprego, gabinete do Governador Civil, Protecção Civil, CDOS, Educação, Agricultura, IPJ, etc. etc., para além dos indirectos que resultam dos apoios a "associações alinhadas" no que diz respeito aos gabinetes do Rendimento Social de Inserção (dezoito gabinetes com seis pessoas em média) e pelo menos duas dezenas de Centros Novas Oportunidades (grande parte das entidades beneficiária concertada, equipas em média com 10 pessoas) e de outros tantos Gabinetes de Inserção Profissional (em média 3 pessoas).
Se pecamos, na nossa análise, será por defeito, houve sempre a preocupação de colocar na primeira linha pessoas de confiança relegando para segundo plano outros técnicos ou criação de estruturas paralelas para que se pudessem recrutar mais pessoas de "confiança".
Não se trata de uma análise efectuada “...de alguém que está com convulsões febris...”, como refere o PS em relação a mim, mas uma avaliação efectuada pelos Deputados eleitos pelo Distrito nas listas do PSD, não é uma avaliação individual.
Já não é a primeira vez que os dirigentes socialistas me mimoseiam com epítetos idênticos, embora já há quatro anos que não assistia a uma grosseria tão torpe.
Não resisto a citar, por concordância, o artigo do meu colega e Deputado João Carlos Figueiredo no jornal do Centro que diz, “Paralelamente, os actuais governantes estão a fazer “marcação cerrada” a determinadas camadas da população, através da criação de equipas constituídas por elementos recrutados ao arrepio das mais elementares regras de admissão nos serviços públicos. Os Gabinetes de Inserção Profissional, as Equipas de Acompanhamento dos beneficiários de RSI, o Gabinete do Agricultor (porquê na Câmara de Mangualde? Mais uma coincidência! …) têm como finalidade acompanhar a atribuição de subsídios. Alimentar a clientela partidária e manter uma teia que lhes possibilita “controlar” uma fatia importante do eleitorado, não deveria constar das suas funções. Proximidade, no léxico e prática socialista, é sinónimo de parcialidade. O que além de injusto é deplorável.”
São estas práticas que criticamos, a sociedade civil só é forte quando separada do poder político, estas convicções sempre as defendi e defendo, a promiscuidade entre os partidos políticos e as instituições é má para a Democracia.
No domínio das nomeações, António Guterres criou uma lei que obrigava à realização de concursos para os lugares de chefia da administração pública mas, o PS já instrumentalizou todo este processo e só ganha o concurso quem tenha “água benta” de quem manda.
Esta prática no Distrito não é muito diferente da que é seguida a nível nacional, o PS não se coíbe de nomear os “seus” para as diferentes funções, do BdP ao Tribunal de Contas, passando pelas diferentes autoridades, o que já levou o PSD a defender que estas nomeações sejam efectuadas pelo Parlamento.
Não me calei nem calarei, direi sempre o que penso, não sou como alguns Comissários Politicos do PS que fizeram sempre as suas carreiras na sombra do partido, tenho um percurso profissional, político e público que pode ser avaliado.
Como diz o PS em comunicado sou “… alguém que carregue a grande frustração de ninguém o querer ouvir em Viseu, desde logo dentro do próprio partido…”, talvez por isso é que, em mais de vinte anos de percurso público, tenho sido eleito para inúmeras responsabilidades na vida política e social, coordene actiualmente os Deputados eleitos pelo PSD ou assuma a vice-presidência da bancada do PSD, para além de ser, por eleição, Presidente da Assembleia Municipal de Viseu, de facto ninguém me quer ouvir ou considera!...
Combate político é uma coisa, estou habituado a ele mesmo que seja duro.
O ataque pessoal como resposta a afirmações politicas, denota que tocámos num ponto sensivel, só reaje assim quem tem consciência que a estratégia foi denunciada e que os cidadãos vão estar mais atentos. 
Ataques pessoais violentos, mal-educados e grosseiros, só merecerão da minha parte desprezo.

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