Almeida Henriques

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Urgente Convenção na Fisioterapia

A fisioterapia, quer do ponto de vista do tratamento dos doentes, quer preventivo, é hoje uma necessidade cada vez mais premente, sendo que Viseu é profundamente deficitário nesta matéria, com graves prejuízos para todos.

Um doente que precise de tratamento, ou é assistido no Hospital de Viseu ou, para recorrer ao serviço convencionado, tem que ir à Régua, Luso ou Gouveia.

Estamos perante uma situação anómala em Viseu, no que respeita à disponibilização de serviços de fisioterapia adequados aos cidadãos.

O hospital de S.Teotónio de Viseu, hospital de referência, nem capacidade tem para dar resposta a 50% das necessidades da população.

Existem instituições privadas no concelho devidamente apetrechadas e que não estão a servir a população pela simples razão de não disporem das necessárias convenções.

Assim, as populações não são servidas, como deviam, pelo SNS e os custos com transportes de doentes em táxi para o Luso, Gouveia ou Régua, numa distância média de 80 km, acumulam-se a cada dia, numa gestão de custos desastrosa.

Vários são os cidadãos que me abordam sobre este assunto, relato aqui duas situações:

Um cidadão necessitado teve em 2009 10 dias de fisioterapia e, em Fevereiro do mesmo ano, teve nova requisição que ainda aguarda resposta.

Outro cidadão tem consulta marcada em Gouveia onde a segurança social vai despender 100 € para o táxi.

Está em causa a gestão do dinheiro público, está em causa o sofrimento dos nossos concidadãos, não se compreende a demora na resolução desta questão.

Existem competências e disponibilidades instaladas em Viseu no sector privado, porque não recorrer a um contrato excepcional para resolver este problema?

Argumenta o Governo que está a rever a questão das Convenções, só que há anos que o diz, os doentes é que vão esperando e desesperando.

Quem tem posses vai contratando a expensas suas os serviços necessários, quem não tem… vai esperando na infindável lista de espera.

É por isso que questionei o Governo sobre a data espectável para

novas convenções da Saúde no Distrito de Viseu, nomeadamente na especialidade de fisioterapia?

Por outro lado, quanto foi dispendido, em 2009 e no primeiro trimestre de 2010, em transporte de doentes de fisioterapia para fora do concelho de Viseu?

Por último, quantos foram os doentes que se deslocaram para fora do Concelho de Viseu para obter tratamentos de fisioterapia?

A resposta a estas questões, estou certo, vai-nos levar a provar a má gestão deste dossier, seria mais barato convencionar empresas de Viseu, para já não falar da melhoria de serviço que teriam os nossos concidadãos.
In Noticias de Viseu







2 comentários:

  1. Concordo com a sua añálise, importante não é quem presta o serviço mas sim a qualidade do mesmo, o Estado devia cuidar de parcerias que garantissem qualidade ao preço mais competitivo, todos ficaríamos a ganhar; o Estado poupava e os cidadãos ganhavam em qualidade.
    Não se trata de privatizar a saúde mas de tirar partido das competências e infraestrturas instaladas; o que se tem feito é o contra´rio, como País "rico" que somos duplicamos constantemente investimentos, o Estado procura criar um serviço quando ao lado já exiiste quem poderia prestá-lo. É o que se passa neste caso da fisiopterapia.

    ResponderEliminar
  2. Tenho orgulho em ser viseense. Gosto muito da cidade onde vivo. Mas, e como provavelmente acontece em outros municípios, há lacunas por preencher, e esta, cuidados de saúde, infelizmente, é básica. Tem a ver com qualidade de vida da mais básica.
    Na minha família, infelizmente, existem vários casos de paraparésia espástica familiar. Para quem não conhece, esta é uma doença degenerativa do sistema nervoso central que irremediavelmente condena o seu paciente à paralisia nos membros inferiores em plena idade produtiva, a partir dos 40 anos. Não existe cura. Mas há formas de aliviar e atrasar a sua evolução. E é essencial a fisioterapia.
    Ora, ao estar dentro desta situação específica, também tenho noção da falta que este serviço faz em Viseu. Como pode alguém com grandes dificuldades de mobilidade ter que se deslocar para Coimbra, Luso ou Gouveia, de taxi, com despesas suportadas pelo sistema nacional de saúde, ou seja, por nós, contribuintes.
    Com que lógica?
    Existem instituições credíveis em Viseu, com excelentes resultados, prontas a receber estas pessoas, tão necessitadas de ajuda, e em grande sofrimento.
    É, portanto, com muito agrado que leio estes testemunhos e vejo vontade de mudar. Apraz-me saber que há ainda quem se preocupe com o bem estar dos viseenses. No fundo, qualquer um de nós pode vir a necessitar destes serviços. Incluindo os governantes, porque nunca sabemos o dia de amanhã.
    É um direito constitucional o acesso à saúde, ganho a muito custo e com muita luta.

    ResponderEliminar