Almeida Henriques

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Tributo Solidário

Uma das ideias fortes que marcou a campanha de Pedro Passos Coelho foi o tributo solidário, levar a que os que beneficiam da solidariedade de todos nós através dos nossos impostos, retribuírem em trabalho social.

Em termos práticos, os que usufruem do rendimento social de inserção, subsídio social de desemprego e subsídio de desemprego, passariam a ter que retribuir à sociedade em horas de trabalho ou através da aquisição de novas competências.

Este trabalho seria prestado em instituições de solidariedade social ou nas autarquias, o projecto de lei criava um conjunto de procedimentos a serem aplicados pelo Instituto de Emprego e Centros de Emprego.

Defendíamos também um maior rigor no acompanhamento destas medidas de apoio social, na perspectiva de criar confiança entre os cidadãos que contribuem e os que são beneficiários.

Não está em causa o direito ao subsídio de desemprego ou o apoio social que a sociedade deve dar aos mais carenciados, mas sim a transparência na concessão dos apoios e a retribuição.

Todos conhecemos casos de cidadãos que recebem o rendimento social de inserção e que auferem um rendimento maior do que os que trabalham, para já não falar do desperdício que é passarem os anos mais produtivos não fazendo nada de útil para a sociedade, é injusto para os que trabalham e para os que são beneficiários.

Para além das fraudes de que toda a gente fala e da injustiça para os que trabalham de verem outros à boa vida, alimentando vícios e afastando-se cada vez mais do mercado do trabalho.

O PS e toda a esquerda quiseram desvirtuar o debate e chumbaram a nossa iniciativa, não quiseram seguir o caminho que propúnhamos de valorização pessoal e social do beneficiário.

O que a nossa metodologia permitiria era que as pessoas nestas circunstâncias se valorizassem através de acções de formação, pudessem ser úteis à sociedade, para já não falar do facto de manterem uma ligação ao mercado de trabalho o que poderia permitir o aparecimento de oportunidades de emprego.

Na situação difícil que o País vive, temos que ser mais solidários do que nunca com os mais carenciados e com os que têm a fatalidade de caírem numa situação de desemprego, mas não podemos deixar de envolver na criação de riqueza todos os que têm condições para tal.

A esquerda chumbou o nosso projecto, mas não baixaremos os braços quanto a uma causa que consideramos justa, o tributo solidário.

Tenho falado com muitas pessoas, verifico que há um entendimento alargado quanto a esta proposta; ainda há poucos dias era a minha própria empregada a contar casos de vizinhos que vivem melhor do que ela, passam os dias no café, usufruindo do rendimento social de inserção, nada fazendo para procurar emprego; esta metodologia combatia o ócio, contribuía para uma maior realização das pessoas, mantinha-as próximas do mercado do trabalho e ajudava as instituições de solidariedade social colocando estes cidadãos a dar um contributo cívico à sociedade.

Voltaremos à carga com esta ideia, temos a convicção que vai no sentido correcto.

In Diário de Viseu, 21 de Maio de 2010

Sem comentários:

Enviar um comentário