Almeida Henriques

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Pólos de Competitividade e Clusters

Com a habitual pompa e circunstância, o Governo anunciou em meados de 2008 o lançamento de um programa no âmbito das Estratégias de Eficiência Colectiva que denominou de Pólos de Competitividade e Tecnologia e Clusters.
Recordo-me de na altura assistir a uma grande sessão na Universidade de Aveiro, com a presença do Ministro da Economia e ter manifestado a estranheza de se estar a efectuar o lançamento de um concurso numa sessão em que intervieram cinco pessoas apresentando já alguns dos projectos futuros; considerei mesmo que não era justo para outras candidaturas que se viessem a posicionar.
Apesar de tudo, ajudei a mobilizar a sociedade e o tecido económico do Centro para nos associarmos duma forma integrada a esta estratégia, vendo nela a possibilidade de puxarmos por sectores estratégicos da nossa economia e de envolvermos instituições e empresas.
Como resultado das candidaturas o Governo reconheceu, por despacho conjunto de cinco Ministros, 11 Pólos de Competitividade e Tecnologia (Saúde, Moda, Tecnologia Agro-industrial, Tecnologia da Energia, Tecnologia das Indústrias de Base Florestal, Tecnologia Engineering & Tooling, Tecnologia das Indústrias de Refinação, Petroquímica e Química Industria, Tecnologia das Indústrias de Mobilidade, Tecnologias de Produção, Tecnologias de Informação, Comunicação e Electrónica e Tecnologias de Turismo) e 8 Clusters (Habitat Sustentável, Agro-Industrial do Centro, Pedra Natural, Empresas de Mobiliário de Portugal, Indústrias Criativas da Região Norte, Agro-industrial do Ribatejo, Vinhos da Região Demarcada do Douro e do Conhecimento e da Economia do Mar), em 15 de Julho, há cerca de um ano, depois de o concurso ter decorrido entre 1 de Setembro e 15 de Outubro de 2008
Estes programas tinham como principais objectivos a dinamização entre os diferentes actores, desenvolvimento de projectos de I&D e Inovação, criar projectos estruturantes e promover a competição internacional.
Um ano depois, o balanço parece-me muito pobre, pouco ou nada se tem falado destes projectos estruturantes, parece haver uma ausência de condução política, um quase vazio de acompanhamento, depois de ter sido encarado como a prioridade das prioridades pelo anterior Governo.
Pelo que tenho averiguado, há alguma degradação das condições inicialmente apresentadas, derivado da excessiva pulverização dos projectos aprovados, designadamente quanto às majorações que passaram de 10 para 5%.
Estamos a falar de um Governo PS que sucede a outro da mesma cor, será que a prioridade já não é a mesma?
Tanto quanto sei, apesar de goradas expectativas, estão alocados a estes programas aprovados importantes verbas do QREN.
Face às dúvidas deixo aqui a interrogação, depois de ter apresentado na Comissão de Economia a proposta de audições aos Presidentes dos Pólos e Clusters, para se obterem mais informações e saber como está a decorrer a execução e impactos na nossa economia.
Criou-se uma grande expectativa, espero que não seja como o Relatório Porter sobre os clusters da nossa economia.
In Diário As Beiras de 10 de Julho de 2010

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