Almeida Henriques

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Estado do Distrito

Termina a primeira sessão legislativa de um mandato que poderá, ou não, durar quatro anos, temos hoje um Governo minoritário com “tiques” de maioritário e o País encontra-se no Estado que conhecemos, objecto de análise no meu último artigo.
E que dizer do Distrito?
Conseguimos colocar um ponto final na questão dos trabalhadores da ENU, a única questão que foi finalizada com sinal positivo para o nosso Distrito, mas por iniciativa do PSD e dos demais partidos da oposição, sem a anuência do PS.
Quanto ao resto, que desfecho terá a questão do encerramento da 2ª. Repartição de Finanças de Viseu, vai ou não o Governo seguir a orientação votada por maioria na Assembleia da República, também por todos os Partidos, à excepção do PS?
Problemas fundamentais na área da saúde como o serviço de radioterapia e a assinatura de convenções na área da fisioterapia continuam por resolver, sendo que a primeira foi a grande bandeira dos socialistas em campanha.
O estabelecimento de convenções no domínio da fisioterapia tem sido uma reivindicação que não temos deixados cair, são inúmeros os relatos de viseenses prejudicados com esta inacção.
É inadmissível que os utentes de Viseu tenham que ir efectuar sessões de fisioterapia à Régua, ao Luso ou a Gouveia, o Hospital de Viseu não chega nem para metade das necessidades.
Em matéria de dossiers estruturantes para o Distrito, assistimos à declaração dos Deputados do PS deixando cair a ideia da Universidade mas, na Assembleia Municipal continuam a pugnar por ela, baixam os braços ao encontrar de uma solução que revolucione o governo das instituições de ensino superior existentes em Viseu e enterram o sonho de décadas dos viseenses.
No que as vias de comunicação diz respeito tivemos razão antes do tempo, nunca concordámos com o lançamento do mega-concurso das auto-estradas do Centro, o resultado está à vista! Onde está a anunciada auto estrada Viseu Coimbra e a conclusão da ligação de Mangualde a Canas de Senhorim?
Esperemos que sigam o nosso conselho, autonomizem num concurso de concepção, construção e exploração a auto-estrada Viseu com ligação à A1 e avancem com a construção do que falta do IC12 numa lógica de obra de proximidade; podem ir buscar dinheiro ao milhão de euros que está no fundo de coesão destinado ao TGV!
Com esta verba poderia ser também desencravada a variante de Penalva do Castelo, a construção da variante entre Sátão e a A25 (a requalificação da EN 229 entre Viseu e Sátão, como alertámos na altura, resultou numa via urbana melhorada ficando o Sátão cada vez mais longe de Viseu) e o desencravamento do norte do distrito com o IC26.
Quanto à ferrovia acenaram-nos sempre com a miragem da linha de TGV entre Aveiro, Viseu e Vilar Formoso, o resultado é também não termos nada nem perspectivas; o que precisávamos era de uma ligação de Viseu a Aveiro, com melhoria da linha da Beira Alta para ligação a Espanha, permitindo o escoamento de mercadorias e passageiros.
Para já não falar do Arquivo Distrital que não se sabe em que ponto está, prometido com verbas dos fundos comunitários ainda aguarda melhores dias, bem como as três unidades de saúde familiares prometidas há cinco anos a troco do Centro de Saúde Viseu II.
Como se pode ver o panorama não é famoso, sendo preciso juntar o aumento do desemprego e a falta de investimento privado e público no Distrito.
Os viseenses não têm motivos para se congratularem com a acção dos socialistas no distrito.
Interrompo esta crónica durante algumas semanas, retomarei em meados de Setembro, para o estimado(a) leitor(a) votos de umas boas férias, com um abraço amigo

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