Almeida Henriques

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

É urgente concertar estratégias para Viseu

A semana que passou trouxe outra vez à discussão o “estafado” tema da Universidade Pública de Viseu, o PS veio dar as desculpas habituais, acusando o PSD de ter inviabilizado o Pólo da Universidade de Aveiro; de facto, assim foi, porque não concordávamos com o modelo e optámos por criar uma alternativa que teve a coordená-la o Prof. Veiga Simão, solução que só não ficou estabilizada porque, abruptamente, foi dissolvida a Assembleia da República; ao invés, o PS limitou-se a dizer há cinco anos que não haveria lugar à criação de qualquer Universidade, mas não apresentou nenhuma alternativa. Os leitores que afiram quanto à diferença de atitude.
Mas, não vou perder tempo a apresentar argumentos, este tema já tem “barbas”, todos estamos cansados, eleitos e eleitores, de estarmos sempre a falar dos mesmos temas, sintoma de que não são resolvidos, ano após ano.

Este tema do Ensino Superior nunca foi tão importante para Viseu, senão vejamos: temos três instituições reputadas, que por uma ou outra razão precisam de ajuda, apoio, concertação estratégica e projectos comuns.

O Instituto Politécnico passou vários anos a discutir a sua liderança, perdendo dinâmica, tem hoje o Dr. Sebastião à frente dos seus destinos, precisa de muita ajuda para (re) dinamizar a instituição e colocá-la no patamar em que já esteve.

A Universidade Católica, esteve nos últimos anos a braços com problemas financeiros, teve que se redimensionar, apostou em duas áreas de referência, medicina dentária e arquitectura, precisa também de saber com o que pode contar, qual o seu papel numa eventual reestruturação do ensino superior em Viseu.

O Instituto Piaget, cresceu a partir de Viseu, é hoje uma Escola à escala global, com presença em muitos pontos do País e do Mundo, os poderes políticos nem sempre lhe dão o reconhecimento que devia, estamos perante uma instituição dinâmica, que vê sistematicamente negada a aprovação dos seus projectos, como por exemplo a Faculdade de Medicina.

A par da situação particular de cada estabelecimento existente em Viseu, é notório que seria fundamental uma articulação entre elas, o encontrar de novos desafios, ao nível da Investigação e Desenvolvimento, da inovação e sua ligação ao tecido empresarial, da promoção de uma mentalidade empreendedora, do apoio à promoção do investimento, incentivando os grupos e empresas que temos e estimulando outros a procurarem o nosso distrito.

Viseu precisa de um “novo” projecto estruturante em que todos participem duma forma articulada, a título de exemplo não se percebe que no contexto da Região Centro, Viseu não apareça associado a nenhum dos projectos aprovados dos Parques de Ciência e Tecnologia liderados por Coimbra e Aveiro, nem o facto de não apresentar qualquer candidatura à medida das infra-estruturas tecnológicas.

Apesar da abertura que manifestei no inicio da legislatura para um entendimento alargado em várias matérias, os meus colegas socialistas logo se encarregaram de denegrir a iniciativa, é mais que evidente que não pretendem nenhum entendimento, antes optando por “atirar pedras”, quando têm grandes “telhados de vidro”; já percebemos todos que, à semelhança da legislatura anterior, os responsáveis socialistas vão continuar a preferir uma atitude seguidista ao invés de assumirem uma atitude reivindicativa para Viseu.

Assim sendo, tem que ser a sociedade a assumir os projectos, a tentar promover os entendimentos, saúdo pois a iniciativa da AIRV que nos convida para uma reunião no dia 28, com o intuito de promover uma concertação estratégica, designadamente no que concerne à Universidade Pública, linha férrea Aveiro Salamanca a passar por Viseu.

Lá estarei com o espírito aberto, como sempre!

O interesse de Viseu devia sobrepor-se a lógicas que não se conseguem descortinar.

Aproveito para desejar a todos um Santo Natal e formular Votos de um Ano de 2010 melhor.

In Noticias de Viseu, 21 de Dezembro de 2009

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