Almeida Henriques

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Credibilizar a Politica

Ser Deputado eleito e viver em Viseu tem, entre outras vantagens, o facto de ter uma relação muito directa com inúmeros eleitores e ser constantemente abordado com questões que a todos interessam.
Neste período natalício um cidadão ilustre questionava-me sobre o facto de 2009 ter sido um ano péssimo para Viseu, no que ao investimento da Administração Central diz respeito, bem como em relação ao que é estruturante.
Perguntava-me se eu não sentia que o adiar sistemático dos maiores anseios das populações, levava ao descrédito da política e dos políticos, mesmo dos mais credíveis de Viseu.
Tive que lhe dar razão referindo que, mesmo eu, já me sentia cansado por estar sempre a falar das mesmas coisas, anos a fio. Recordei que a questão da Universidade Pública tem mais de vinte anos, vem do tempo do Prof. Cavaco Silva, com os episódios seguintes do Governo do Eng.º. Guterres com a escolha da Covilhã para instalar a Faculdade de Medicina, logo a seguir o Dr. Durão Barroso que cria a Universidade, com base no trabalho chefiado pelo Prof. Veiga Simão e, na anterior legislatura bem como na actual, com o Engº. Sócrates, fica este dossier, mais uma vez, em banho-maria.
O dossier da ligação em auto-estrada Viseu Coimbra, tanto trabalho nos deu no Governo de Durão Barroso, deixámos o assunto tratado, o PS andou cinco anos a marcar passo, uma necessidade permanentemente adiada.
A ferrovia para Viseu, com a discussão da construção de um ramal de acesso à linha da Beira Alta, quase decidido no Governo do Eng.º. Guterres, com a nossa posição de que o adequado seria a ligação Aveiro Viseu, com ligação à linha da Beira Alta; depois houve a assinatura do acordo com os espanhóis quanto à Alta Velocidade e andamos com a “miragem” de que este projecto vai avançar, não é a minha convicção, espero estar enganado.
Em matéria de acessibilidades, também o IC26 (ligação da A24 à A25, desencravando o Norte do Distrito), o IC37 (ligação Viseu, Nelas e Seia), o IC12 (conclusão do troço Mangualde Canadas de Senhorim), para falar só das principais, conheceram um avanço no Governo de Durão Barroso, par estarem a “marinar” nestes cinco anos de governação socialista.
Outros dossiers como o Arquivo Distrital, a construção da Escola de Ranhados e o Matadouro de Viseu, passaram cinco longos anos de “letargia” com o Governo socialista.
De facto os principais assuntos para o desenvolvimento de Viseu têm tido um “marcar passo” permanente que desacreditam toda a classe política de Viseu.
É certo que nos últimos timos quinze anos, doze foram da responsabilidade do Partido Socialista, pelo que a maior fatia de responsabilidade lhes cabe mas, mas quem tem perdido é Viseu e a nossa credibilidade enquanto políticos que queremos o melhor para a nossa terra.
Sinto como ninguém as palavras do cidadão que me abordou, há assuntos que até já custa falar deles pela “repetição” mas, o facto é que continuam por resolver.
É bem provável que a desunião entre os principais actores políticos contribua para um enfraquecimento face ao poder central, dando argumentos para este prejuízo constante de Viseu.
No inicio desta legislatura, se bem se recordam, quis dar o exemplo pela positiva, escrevi aos meus Colegas Deputados eleitos propondo que nos uníssemos em relação às principais matérias que se prendem com o nosso desenvolvimento, acreditem que foi uma proposta genuína e sentida.
A reacção foi que pretendia protagonismo, que era uma estratégia de disputa interna no PSD, até de hiperactividade política fui acusado.
Com posturas destas não vamos a lado nenhum, vamos continuar a perder todos os dias, a sentir a nossa credibilidade, face aos que representamos, a ser afectada todos os dias.
Falando a título pessoal, enquanto Deputado eleito e Presidente da Assembleia Municipal de Viseu e da Assembleia Intermunicipal Dão Lafões, continuo a acreditar que é fundamental existir uma concertação estratégica em relação aos principais dossiers de Viseu, é preciso que falemos a uma só voz face ao Governo, definirmos os caminhos e exigir que a agenda política permita definir um cronograma realista para a sua concretização.
Em termos políticos, os meus votos para 2010 é que haja uma concertação de vontades que permita desencravar estes dossiers, para permitir um “refrescamento” do debate político em Viseu, que é o mesmo há mais de uma década.

In Noticias de Viseu, 28 de Dezembro de 2009

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