Almeida Henriques

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

2009 Não deixa saudades

Em véspera de Natal questionava-me sobre o tema que iria abordar esta semana, procurando encontrar um motivo de esperança para a crónica da véspera do dia em que se comemora o nascimento de Cristo.
Tarefa difícil, pois quando olho para o Mundo, para o País e para o nosso Distrito, vejo poucas razões para sorrir e transmitir uma mensagem de esperança.
No Distrito, mais uma derrota recente e a certeza de que os dirigentes do Partido Socialista ainda não perceberam que têm que estar do lado da Região quando está em causa o nosso futuro; espero que haja uma efectiva união em torno da questão do ensino superior em Viseu, que as iniciativas da autarquia e do Dr. Fernando Ruas, da AIRV e do seu Presidente João Cotta bem como a Assembleia Municipal extraordinária que vai reunir no dia 8 de Janeiro de 2010, sirvam para unir esforços e encontrar um rumo comum.
Penso que não se deve fazer tábua rasa do que está para trás, há que procurar a colaboração de peritos isentos e colaborantes, como Prof. Veiga Simão, Dr. Correia de Campos, Prof. Borges Gouveia, pessoas que colaboraram em diferentes fases, entre outros, que peguem no trabalho desenvolvido há cinco anos, o aprofundem e actualizem em colaboração com as Escolas existentes e com a participação activa das chamadas forças vivas da Região, apresentando um projecto actualizado que mereça o consenso de todos.
A conclusão a que se chegar deverá ter o empenho de todos junto do Governo, o Ministro Mariano Gago tem explorado como ninguém as nossas divisões no Distrito, prejudicando-nos sistematicamente.
Se conseguirmos um entendimento em matéria de ensino superior, também o deveremos fazer no que às acessibilidades diz respeito, com destaque para a ferrovia, ligação em auto-estrada a Coimbra, IC37, IC12 e IC26, entre outras.
Quanto ao País, é cada vez mais patente a estratégia de “choque” de José Sócrates e do Governo, quer com o Parlamento, quer com o Senhor Presidente da República, para já não falar de uma Agenda divorciada da situação real do País.
Quando os Portugueses querem respostas para o desemprego que já ultrapassa as 548.000 pessoas, para já não falar dos cerca de 100.000 que desistiram de procurar ou dos outros 100.000 que estão em cursos de formação profissional, o Governo responde com o debate do casamento entre homossexuais.
A riqueza de um ano produzida no País não chega para pagarmos o que devemos ao estrangeiro, o endividamento é cada vez maior, se olharmos para as contas do mês de Outubro o movimento vai no mesmo sentido, exportámos 2.856 milhões de euros e importámos 4.502 milhões de euros, a aposta nas exportações que está no discurso do Governo não tem paralelo na realidade.
É a solução para o desemprego, para o crescimento económico, para um apoio efectivo às empresas, designadamente às micro e PME, no sentido de potenciar a entrada em novos mercados aumentando as exportações, a aposta na inovação e na I&D, a captação de investimentos, a diminuição da nossa dependência face ao estrangeiro, com programas que permitissem substituir importações por produção nacional, deveriam ser os temas centrais na agenda, devia o Governo estar a promover os consensos na sociedade para se encontrarem soluções, não mais focos de conflito e instabilidade.
Também aqui não há razão para sorrir mas, não podemos baixar os braços, temos que olhar para 2010 renovando a esperança de que o bom senso irá imperar, que o Governo vai começar a governar, numa lógica de concertação social e politica para podermos ultrapassar as dificuldades.
Com a esperança que o PSD irá encontrar uma liderança que nos catapulte e mobilize, para que nos assumamos como alternativa a um Governo já esgotado e sem soluções no inicio de mandato.
Acima de tudo, votos de muita saúde, paz, amor e desenvolvimento, que a vida em família nos permita ultrapassar as dificuldades e a ganhar a força necessária para vencermos os obstáculos, é o que eu desejo a todos os meus concidadãos.

In Diário de Viseu, 23 de Dezembro de 2009

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