Almeida Henriques

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Angola, um vasto País com oportunidades para empresas e jovens quadros

Angola, um vasto País com oportunidades para empresas e jovens quadros


Depois da análise orçamental da semana passada, permitam-me que faça uma pausa na abordagem dos problemas do País e do Distrito para partilhar algumas opiniões sobre Angola, País onde me encontro em visita de trabalho.

Numa cidade (Luanda) a rebentar pelas costuras, inundada por uma população que quis fugir à guerra e só encontrou refúgio na capital, programada para 850.000 habitantes, terá hoje cerca de 6 milhões, quase metade da população de Angola.

Os engarrafamentos são permanentes, veículos todo o terreno das melhores marcas e cilindradas coabitam com dezenas de gruas que fazem a reconstrução de edifícios e a construção de novos, para alojar as inúmeras empresas que aqui investem, os novos negócios que vão nascendo e as dezenas de milhar de repatriados(emigrantes) que aqui vivem.

Portugueses, oficialmente, serão mais de 80.000, trabalhando nas inúmeras empresas nacionais que já descobriram as potencialidades deste País.

Com uma economia a crescer a dois dígitos, com uma produção de petróleo que coloca o País entre os maiores produtores, com o preço do barril muito acima dos cálculos inscritos no orçamento.

Não é a árvore das patacas, nem uma terra de oportunidades para os que não provaram ter capacidades noutras paragens, trata-se de facto de uma economia pujante, com liquidez, que pode ser uma oportunidade para as empresas portuguesas poderem encontrar mercado e lutarem contra a crise que se instalou na Europa e no Mundo.

De facto esta crise não se sente em Angola, a economia continua como se nada se passasse, os hotéis estão cheios de empresários de várias paragens, são às dezenas os projectos que se perspectivam.

Se alguns pensam que a fase do investimento está a chegar ao fim, a minha percepção é que está só a começar, de facto está-se a fazer a reconstrução mas, as infraestruturas pesadas estão todas por fazer.

Desde o Porto de Luanda, onde os porta contentores aguardam ao largo três a quatro semanas só para descarregarem, para já não falar do autêntico quebra cabeças que é, junto da alfandega, levantar as mercadorias importadas (várias semanas), são aos milhares os contentores amontoados.

É preciso construir um novo porto, cinco a seis aeroportos, toda a rede de auto estradas e da ferrovia, num País imenso.

Quando hoje falamos sistematicamente na crise dos mercados financeiros e da falta de liquidez da Banca europeia e americana, os bancos angolanos têm excesso de liquidez, estão disponíveis para apoiar os bons projectos que apareçam.

Apesar destas oportunidades, desenganem-se os que pensam encontrar um mercado sem qualquer exigência.

De facto o futuro de muitas empresas portuguesas poderá passar por Angola, mas numa estratégia de qualidade, alicerçada e com os parceiros certos.

Na minha perspectiva há espaço para investimento em vários domínios, ainda falta quase tudo, podendo a nossa região tirar partido dos bons projectos já implantados da Visabeira, do Grupo Lena, da Nutroton, da Martifer, da Pecol, da Rangel, entre outros, poderão ser um bom apoio.

Mas outra oportunidade se abre, a internacionalização de empresas do Centro, através da tomada de capital por parte de empresários ou grupo angolanos, com uma natural apetência pelo nosso País.

Poderá ser uma forma de colmatar a falta de liquidez existente no nosso País e uma forma de a economia angolana entrar em sectores de maior valor acrescentado como a energia, metalomecânica, biotecnologias e tic’s, entre outras.

Um oportunidade a não perder, uma agenda carregada de contactos que desenvolvi nos últimos quatro dias, com o intuito de ajudar a encontrar novos caminhos para as empresas, empresário e mesmo jovens quadros com poucas oportunidades no nosso País.

Espero que este artigo seja um abrir de apetite para alguns, no pressuposto que tenho das oportunidades existentes bem como da estabilidade que se vive e que penso ser para durar.

In Diário de Viseu, 23 de Outubro de 2008

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