Almeida Henriques

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Sem soluções e com Mentira

A vinda do Secretário-Geral do PS a Mangualde no passado sábado não surpreendeu pois já se esperava pouco, quem não sabe o rumo a seguir esgrime críticas em todos os sentidos, desvaloriza as propostas dos adversários e procura justificar o injustificável, demonstra mais uma vez que não tem rumo nem soluções.
Preferiu centrar todo o discurso nos elogios internos, a quem entra e a quem sai, e a zurzir no líder da oposição, Pedro Passos Coelho, não explicando como pensa travar o desemprego, como pretende travar a despesa que cresceu duma forma imprevisível no primeiro semestre do ano nem como pensa relançar a economia portuguesa.
E se isto é verdade em relação às questões nacionais, ainda é mais no que diz respeito às ambições do Distrito, nem uma resposta nos trouxe, da ligação em auto-estrada a Coimbra à conclusão do IC12, passando pelo encerramento das Finanças Viseu II ou a contratualização dos serviços de fisioterapia e o lançamento dos de radioterapia ou o inicio da construção do Arquivo Distrital, entre outras situações, nada teve resposta, mais uma vez.
Preocupante é a ausência de qualquer discurso reivindicativo dos dirigentes distritais, que se limitaram a fazer coro nos ataques ao Presidente do PSD, a desviar a atenção das questões principais, procurando denegrir a imagem de tudo e todos, um vazio completo.
Se do futuro líder da distrital do PS se esperavam algumas notas que perspectivassem o rumo que pretende para o Distrito, já do anterior esteve ao seu melhor nível, utilizando as armas que usa melhor, a calúnia e o ataque pessoal.
Já o Primeiro-Ministro de Portugal, aqui na qualidade de líder do PS, alicerçou todo o seu discurso numa mentira, acusou Pedro Passos Coelho de querer eliminar o 104º da Constituição que prevê a progressividade do IRS, acusando-o de subverter o princípio de que os que ganham mais devem pagar mais e os que ganham menos devem pagar menos; afinal de contas esse mesmo artigo é mantido intacto no art. 103º. Do projecto, não só não apresentou soluções como alicerçou o discurso faltando à verdade.
Não sei se por ignorância ou por má fé, procurou lançar a dúvida, acusando de algo que não existe, dando ênfase a uma acusação que é uma pura mentira, obviamente que o PSD defende como sempre defendeu que haja progressividade e quem ganha mais tem que pagar mais.
Actuações como estas não deixam dúvidas, quem joga com as palavras e as usa desta forma não pode governar o País duma forma séria, é um vale tudo para esconder as debilidades e a incapacidade para a acção.
Quando se esperavam respostas concretas sobre a forma como vai construir o Orçamento do Estado para 2011 e como pensa honrar o compromisso de reduzir a despesa em 1.000 milhões de euros em 2010 e 2011, optou por ignorar estes graves problemas e construir fantasmas sobre um projecto de revisão constitucional que visa dar ao país um conjunto de normas mais modernas e que é isso mesmo, um projecto para iniciar um processo com intervenção de todos na Assembleia da República e fora dela.
Em matéria de contenção da despesa é o próprio Secretário de Estado do Orçamento em declarações à Lusa que vem reconhecer que face à execução orçamental, há margem para funcionarem com menos dinheiro.
Vem a público dizer o que nós não nos temos cansado de afirmar, o exemplo tem que vir de cima, a começar pelo Governo e pelos vários gabinetes dos Ministros e dos Secretários de Estado, a redução de despesa que promete para 2011 no funcionamento dos Ministérios, já deveria estar a ser feita.
Mais uma vez o Governo anda ao ralenti e não reconhece o óbvio, José Sócrates veio a Mangualde fazer a apologia do PAÍS DAS MARAVILHAS, ao arrepio daquilo que os Portugueses sentem no dia-a-dia, preferiu não apontar soluções e alicerçar o discurso faltando à verdade.
Quando já se perdeu o rumo e não se apresentam soluções, um discurso sem qualquer ligação à realidade, não se ouve uma voz lúcida e realista, todos os discursos alinharam pelo mesmo diapasão, o PS no seu melhor, para mal do País.

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