Almeida Henriques

sábado, 3 de abril de 2010

PSD, uma nova liderança

Envolvi-me com paixão na última disputa eleitoral do PSD, apostando num amigo de longa data, Pedro Passos Coelho.
Não por amizade, mas por convicção, entendo que tem um percurso notável, uma forte formação moral, uma grande capacidade para ouvir e, sobretudo a natural capacidade para liderar e o raro condão de gerar pensamento perceptível, todos os portugueses percebem o que pensa sobre as diferentes matérias, foi bem visível no livro Mudar.

A sua campanha foi em crescendo, não me surpreendeu a sua vitória esmagadora, não seria preciso uma segunda volta para legitimar esta nova liderança, os militantes do PSD queriam uma Mudança de estilo, de liderança, de pensamento e, sobretudo, de corte com muitos interesses instalados que têm empurrado o Partido para a situação em que estava.

Na noite da vitória, logo se vislumbrou uma nova forma de estar, não a arrogância de quem tinha atingido uma maioria esmagadora, mas a atitude magnânime e humilde de quem entende que, antes de tudo, é preciso unir o PSD para depois apresentar aos Portugueses um projecto mobilizador que os envolva, uma verdadeira alternativa ao Governo socialista.

Andei no terreno, senti o entusiasmo, mesmo dos que não votam nesta área, o País, num período difícil com este precisa de uma oposição forte, de um PSD capaz de ocupar um espaço autónomo, com as suas bandeiras, com ideias que o diferenciem dos socialistas.

O País precisa de uma oposição responsável, que saiba apoiar aquilo em que acredita mas que, ao mesmo tempo, saiba ser coerente com o que defende.

Isto a propósito do PEC, entendo a preocupação de estabilidade política, não compreendo como um Governo que quer um entendimento, não abre um diálogo prévio aceitando sugestões.

O PSD teve que aceitar o PEC tal como foi apresentado pelo Governo, apesar de no discurso se ter distanciado do mesmo dizendo que não concordava com o caminho escolhido, absteve-se na votação.

Aqui está uma atitude em que o discurso não coincide com a acção, viabiliza-se politicamente aquilo com que não se concorda, em nome da estabilidade.

Não me parece que seja o caminho a seguir.

Espero, pois, frontalidade e sentido de responsabilidade nesta arejada e nova liderança, bem como uma coerência entre o discurso e a acção.

Pedro Passos Coelho tem todas as condições para fazer diferente e melhor, tem uma liderança reforçada, tem capacidade para unir, mobilizar e conquistar a sociedade, a primeira prova de fogo serão desde já as equipas.

A chamada dos ex Presidentes do PSD e dos ex Presidentes da Assembleia da República para um órgão de consulta, a recondução de António Capucho no Conselho de Estado e a chamada dos adversários nesta corrida aos órgãos nacionais, são, desde já, um bom sinal.

Boa sorte, para bem de Portugal e dos Portugueses.

In Diáriuo as Beiras de 3 de Abril de 2010

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