Almeida Henriques

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Emergência Nacional

O País viveu mais uma semana horrível, a juntar à grave conjuntura existente, fomos alvo de mais um ataque especulativo nos mercados que teve na sua base a descida de dois lugares no rating da Standard &Poor’s.
Ficou bem patente a nossa fragilidade bem como a necessidade de colocarmos as nossas contas em dia, sendo que é preciso fazer enormes sacrifícios, designadamente com a coragem de cortar nas despesas inúteis, redimensionar as funções do estado e lançar um combate feroz ao desperdício.
Bem andou o PSD ao defender cinco medidas que permitem poupar 1700 milhões de euros e, melhor ainda esteve o seu líder, Dr. Pedro Passos Coelho, ao tomar a iniciativa de telefonar ao Primeiro-ministro propondo cooperar com o Governo para adoptar medidas que permitam reduzir o deficit e responder à classificação da dívida portuguesa por parte das agências financeiras.
O interesse nacional justifica um entendimento entre os dois partidos, é fundamental que Portugal saia deste beco que deve ter saída.
É de saudar a atitude de querer combater o deficit pelo lado da despesa, mas já não se entende a teimosia do Governo em querer manter todas as grandes obras públicas, TGV, terceira travessia do Tejo e o novo aeroporto, a grave situação que vivemos implicaria uma atitude de ponderação quanto a este assunto, o País não tem dinheiro para estes investimentos e ao canalizarem-se fundos para estas obras faltarão para as empresas.
As declarações do Ministro das Finanças criaram expectativas logo goradas pela voz dissonante do Ministro das Obras Públicas, corroboradas no debate quinzenal pelo Primeiro-ministro, dizendo que as grandes obras são para continuar.
Outra situação que não se compreende é a falta de resposta da Comissão Europeia e dos organismos comunitários, a resposta a esta crise passa por actuações concertadas, rápidas e eficazes.
Até aqui a culpa era da falta de um quadro institucional, isto é, a inexistência de um novo Tratado que trouxesse um novo quadro de governabilidade à Europa.
E agora, com o Tratado em vigor, o que é que falta para reagir mais rapidamente e assumir o papel de comando que se espera?
Má nota para o Governo português mas também para as instituições europeias.
In As Beiras, 1 de Maio de 2010

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