Almeida Henriques

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

3º. Congresso da AIRV e Universidade Empresarial de Viseu

O acontecimento de maior impacto da semana é, sem dúvida o 3º. Congresso Empresarial da Região de Viseu promovido pela AIRV, onde estive durante o dia de quinta feira, aliás fui o único Deputado que marcou presença.

A intervenção de abertura do seu Presidente, João Cotta, é um excelente exercício de afirmação de uma organização da sociedade com provas dadas, que assume mais uma vez o papel de motor da região, na medida em que tem capacidade de concretização mas, sobretudo, ambição e produção de pensamento, coisa que muitas vezes vai faltando no nosso País.

O tema da competitividade, a discussão pela positiva de caminhos para ultrapassar esta conjuntura recessiva bem como a sempre importante questão do modelo de organização do Estado, com enfoque na regionalização, foram temas sempre presentes num conjunto de intervenções de convidados de primeira linha do nosso País e com a participação de três centenas de empresários de Viseu.

O facto mais marcante é o regresso à agenda da questão da Universidade de Viseu.

Recordo que o modelo Veiga Simão, que eu apoiei durante toda a sua construção, passava pela constituição do Instituto Universitário de Estudos Avançados (cursos de pós graduação, mestrados, doutoramentos, estudos especializados e cursos de licenciatura que não colidissem com a oferta já existente) e por um entendimento entre a Universidade Católica e o Instituto Politécnico, a ligação a duas Universidades, Erlangen Nuremberg University e College of London e numa ligação estreita à Siemens Medical Solution, API e diversas empresas de Viseu, assumindo-se como escola do conhecimento, bilingue, de excelência, tendo o empreendedorismo como principal desígnio e a saúde e as artes como pilares.

Ainda hoje, ao olhar para trás, não perdoo ao Partido Socialista e ao Engº. José Sócrates, terem matado este excelente projecto logo na discussão do programa de Governo, sem conhecerem os seus virtuosismos.

É sempre bom lembrar, para os mais esquecidos, que a uma pergunta minha acerca da Universidade de Viseu, respondeu o Primeiro Ministro, duma forma peremptória, que não haveria nenhuma Universidade criada na legislatura, com o silêncio conivente dos Deputados do Partido Socialista eleitos por Viseu.

Os mesmos que, ao longo de quatro anos, hipocritamente, foram dando suporta à aprovação de moções de apoio à criação da Universidade e, em entrevistas e discursos, foram dizendo serem favoráveis.

A verdade é que, ao longo destes quase quatro anos de mandato socialista, deitaram abaixo um excelente projecto sem nunca apresentarem alternativas.

Por isso é de registar que a AIRV chamasse a si este dossier, com uma primeira concretização, a Escola de Estudos Avançados das Beiras, numa excelente parceria com a Católica e o Politécnico que já vai no terceiro curso de pós graduado.

Mais tarde vimos o Senhor Ministro do Ensino Superior, Mariano Gago, a fechar completamente as portas a uma potencial fusão entre a Católica e o Politécnico, também sem querer conhecer os contornos do projecto (recordam-se com toda a certeza, foi protagonista público o então Presidente do Politécnico João Pedro Barros), que estava a ser construído por estas instituições.

Espero que, agora, mantenha a abertura que deu para a criação da Universidade Empresarial de Viseu, projecto anunciado esta semana pelo Presidente da AIRV.

É uma iniciativa louvável da sociedade de Viseu, neste caso da AIRV, Católica, Politécnico e das principais empresas de Viseu, uma ideia embrionária para atingirmos o almejado objectivo da criação da Universidade de Viseu, tendo como motor o tecido económico.

Como ideia, adiro a ela, não vou fazer qualquer tentativa de me “colar”, só direi que apoio o desenvolvimento dos conceitos já tornados públicos, dou o meu apoio politico ( pessoal, entenda-se!), apelando para que se possam recuperar algumas boas ideias do projecto Veiga Simão bem como do estudo que serviu de base à candidatura chumbada pelo Governo do PS de António Guterres para a Faculdade de Medicina.

Os méritos vão todos para a AIRV, na pessoa do seu Presidente João Cotta, só espero que outros, numa atitude de oportunismo politico, não se venham colar fazendo querer passar a ideia de que trabalharam alguma coisa para chegar a este ponto, é feio querer tirar louros do trabalho dos outros.

Deixemos o dossier na mão da sociedade, que a liderança continue na AIRV, pois já se provou no passado que se a “politica” se meter no assunto não iremos a lado nenhum.

Aceito o apelo e repto do Presidente da AIRV, que outros responsáveis políticos também o façam.

Acima de tudo, o que me move é o interesse de Viseu, a Universidade de Viseu é fundamental para o nosso desenvolvimento futuro.

In Diário de Viseu, 14 de Novembro de 2008

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