Almeida Henriques

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Congresso do PSD, um espaço de reconciliação

Nesta análise semanal, tenho que começar por analisar o Congresso do PSD, um espaço de reconciliação do partido consigo próprio, resultou um amplo consenso em torno dos objectivos que nos devem nortear no próximo ano e meio.


Fundamentalmente, construir uma alternativa credível que mereça a confiança dos Portugueses em 2009, criar um capital de esperança face ao esgotado modelo de José Sócrates que, tendo começado com alguma energia, cedo se rendeu às politicas do “facilitismo”, titubeando nas reformas estruturais, colocando-se contra as diferentes classes profissionais de Portugal.

De facto o Pais tem que criar riqueza para distribuir e, essa terá que ser fundamentalmente gerada pelas micro e PME’s, importando recentrar a politica económica nesta realidade, não desistindo do modelo de modernização do tecido económico, aposta na inovação e promoção de uma nova mentalidade empreendedora.

O crescimento económico não pode ser feito com base na obra pública, o betão ainda é importante, pois há obras que têm de ser feitas, como a ligação Viseu/ Coimbra, o IC26 de ligação da A24 à A25 ou o IC37 de ligação Viseu a Nelas, mas será sempre um crescimento efémero e pouco consistente, quando as obras terminarem voltaremos ao mesmo.

É preferível apostar nas infraestruturas necessárias, que não o TGV, veja-se a vizinha Espanha, que já colocou este objectivo de lado e encontra novas soluções, no nosso caso era preferível melhorar as ligações ferroviárias entre capitais de distrito, ligar Viseu a Aveiro e duplicar a linha da Beira Alta, era muito melhor para o nosso desenvolvimento comum.

Era fundamental que, duma vez por todas, o País se colocasse de acordo quanto às obras imprescindíveis e colocasse de lado as que não trazem desenvolvimento futuro, o futuro passa pelo que fizeram os irlandeses, deixarmo-nos de grandes Planos de propaganda, como o Plano Tecnológico, mas melhorar drasticamente os nosso indicadores no domínio das tecnologias de informação e comunicação, darmos um grande salto na interacção universidade empresa e apostar nas micro e PME’e.

Obviamente que numa situação de grave crise como a que vivemos, é preciso olhar duma forma mais atenta para os mais carenciados, para os mais pobres mas também para a pobreza encoberta.

Há hoje uma grande fatia da classe média a passar grandes dificuldades, uns embrulhados na subida das taxas de juro que comem os seus rendimentos, outros assolados pelo desemprego de um dos membros do agregado social e muitas vezes dos dois.

Mais do que nunca é importante que o modelo social que partilhamos permita esbater estes problemas e actuar duma forma eficaz e atenta.

Este é um momento que não se compadece com a tradicional arrogância socialista, visível nos inúmeros tiques, não é por tentarmos encobrir a verdade que ela deixa de existir, é preciso falar verdade aos portugueses e mobiliza-los para ultrapassar as inúmeras dificuldades já existentes e as que se adivinham.

Esta também é a tarefa do PSD com a nova liderança, unir o partido, colocar todas as pessoas a remarem no mesmo sentido e encontrar respostas que tirem o País desta profunda depressão que o corrói, desta falta de auto estima que nos traz a todos acabrunhados.

Uma última palavra para a actuação do Partido Socialista na Assembleia Municipal .

Que triste figura, considerar a reivindicação da Escola de Ranhados uma lamúria, um tema impróprio de levar a uma sessão desta Assembleia.

Se há temas que nos deveriam unir, este é um deles.

Não será a educação a chave mestra da resolução futura dos problemas do País?

A Carta Educativa não dá prioridade a esta Escola que servirá 650 alunos ?

Porque dá o Governo o dito por não dito? Já chega de se penalizar constantemente Viseu e verificar que os responsáveis do PS são a voz do dono !...

In Diário de Viseu, 26 de Junho de 2008

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