Almeida Henriques

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Combustiveis aumentam, transportes paralisam

Vivemos uma semana marcada pela greve das empresas de transporte, uma reacção, sobretudo, dos pequenos operadores, aos sucessivos aumentos dos combustíveis, mas que quase paralisou o País.


O Primeiro Ministro, no debate quinzenal, assumiu que sentiu o “Estado vulnerável” e que vai tomar medidas.

Sem abordar a questão dos preços dos combustíveis, resultado dos aumentos nos mercados mundiais, mas também de uma politica fiscal, designadamente quando nos comparamos com Espanha, há aspectos que vieram ao de cima.

Desde logo a pouca atenção que o Governo tem dado às questões da eficiência energética, há muito se justificava uma politica que nos leve a poupar energia, e muito focalizada nos edifícios e nos transportes; espero que o Primeiro Ministro “acorde” para esta realidade e assuma uma politica firme nesta matéria.

Outra, a excessiva dependência do País em relação aos transportes rodoviários, um País com 700 kms de costa que vive de costas voltadas para o mar, um Governo que lança o TGV e se esquece de ter um plano ferroviário para o País; também aqui importava que o PM tirasse as suas ilações, abordasse duma forma séria a questão do transporte ferroviário e que acelerasse a ligação de Aveiro à linha da Beira Alta, que por sua vez deveria passar a via dupla, apostando naquela que é a porta por excelência do escoamento de produtos portugueses, cerca de 40% das exportações do Norte e Centro do País, era bom que se colocassem os pés na terra e se resolvesse a questão dos transportes, para evitar a “vulnerabilidade” aludida.

A única boa notícia da semana foi a boa prestação da equipa portuguesa no campeonato europeu de futebol, resultado do bom “talismã” que foi o estágio em Viseu.

Estou convencido que, só este motivo amorteceu o clima de tensão social que se vive em Portugal, a greve dos camionistas foi só a ponta do iceberg; diariamente se sente o sufoco das famílias, a braços com o desemprego, com as subidas constantes das taxas de juro que fazem subir as prestações da casa e de outros empréstimos, o enorme “susto” diário quando se encosta o automóvel à bomba de gasolina e se verifica que houve mais um aumento, para já não falar das máquina fiscal que tudo exige, cega às realidades sociais que estão, muitas vezes, por detrás do incumprimento.

Estamos pois perante um Governo que falha nos momentos decisivos, que lida mal com a adversidade, que tem dificuldades em tomar decisões, que prefere viver no mundo da fantasia, realizando sessões e mais sessões de “propaganda”, não se sabe a que custo, sem que os portugueses vejam espelhado nas suas vidas, o que ouvem da boca do PM.

Como nota final, uma questão local de grande importância, a “velha” reivindicação da ligação Viseu a Nelas, o IC 37; no passado sábado, fui abordado por um concidadão que referia o facto de eu falar várias vezes sobre a ligação Viseu ao Sátão e nunca me ter referido a esta via.

Tenho estado na expectativa de ver o que o Governo decide sobre esta matéria, assunto que já no tempo do Governo do Dr. Durão Barroso estava na fase final, mais uma matéria importante para Viseu que está a “marinar” há três anos com o Governo socialista.

Por isso, lembra bem, Caro Concidadão, comprometo-me a esta semana elaborar uma pergunta ao Governo sobre a ligação Viseu a Nelas.

In Diário de Viseu, 13 de Junho de 2008

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