Almeida Henriques

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Hospitalidade beirã tem limites

Estive na comemoração do Dia do Instituto Politécnico, Aula Magna repleta de alunos, professores e convidados, uma intervenção inicial do jovem Presidente da Associação de Estudantes, filho da minha colega Teresa Santos, marcaram também a sessão as intervenções do Presidente do Politécnico e da Presidente do Conselho Geral.
A Professora Avelina Rainho, num magnífico trabalho, descreveu o percurso histórico que levou à criação e desenvolvimento, numa primeira fase da Escola Superior de Educação para depois evoluir para Politécnico, demonstrou como foi necessário o envolvimento de muitos, duma forma apaixonada e desinteresseira, para criar este pilar do desenvolvimento da Região de Viseu; gostei da forma como se fez justiça ao papel que teve o meu antecessor Presidente da Assembleia Municipal, o saudoso Eng.º. António Coelho de Araújo.
O Presidente do Politécnico, o meu amigo Fernando Sebastião, que tão bem tem sabido pacificar uma entidade que perdeu quatro anos em guerras internas e desnecessárias, falou do presente que são as suas cinco Escolas e os quase 7.000 alunos, dos projectos de investigação e promoção do empreendedorismo, da vontade em marcar o futuro do desenvolvimento de Viseu e do País, dizendo que é preciso fazer mais e melhor.
De facto é fundamental que o Politécnico continue a impulsionar Viseu, a dar resposta ao tecido empresarial no fornecimento de quadros qualificados, que promova uma mentalidade empreendedora e se afirme no contexto nacional como Escola de Excelência, com áreas onde seja referência.
Quem não esteve à altura da ocasião foi o Senhor Ministro do Ensino Superior Prof. Mariano Gago, uma intervenção frouxa, sem chama, ignorando Viseu como é habitual.
Este Ministro nem devia ser recebido em Viseu, acho que a nossa hospitalidade Beirã tem limites.
Nos últimos quinze anos teve responsabilidades nesta pasta em quase treze, foi quem nos negou a Universidade Pública no inicio do mandato anterior, face ao estudo organizado por Veiga Simão.
Foi também este Ministro que enviou a Faculdade de Medicina para a Covilhã e Braga no tempo de António Guterres, que veio depois a criar dois cursos do mesmo ramo em Aveiro e Algarve, sabendo dos anseios de Viseu, para já não falar de idênticas criações na Madeira e Açores.
É Mariano Gago que sistematicamente tem adiado as decisões do Instituto Piaget, designadamente a Medicina, para já não falar dos cursos necessários na Escola Superior de Saúde que viu passar à frente muitas outras que se candidataram depois.
É caso para reafirmar, pois já o disse noutra ocasião, o que tem contra Viseu? Nunca nos trouxe nada de bom, aliás…, nem de mau, sempre conheceu os nossos anseios de evoluir no campo do ensino superior, já teve várias oportunidades para olhar para esta Região, mas preteriu-nos sempre.
Já devíamos ter vergonha e não o convidar para mais nenhuma iniciativa, pois nem às cartas enviadas pela Assembleia Municipal de Viseu responde, numa atitude pouco educada.
Não era preciso reafirmar que não faz comentários quanto ao assunto da Universidade de Viseu, nem reafirmar que não serão criadas mais Universidades e Politécnicos, escusava de o fazer duma forma tão crispada, com toda a certeza de quem tem a consciência pesada quanto a Viseu.
A verdade é que pode agir assim, pois sempre teve a cobertura dos dirigentes do PS de Viseu, que deixaram cair a ideia da Universidade Pública de Viseu, sem apresentarem nenhuma alternativa ou trazerem algo de novo para um novo modelo de governância para o ensino superior de Viseu ou valências novas a criar.
Pela minha parte continua a pensar que, tendo como âncora e pólo dinâmico o Instituto Politécnico, será possível pegar de novo no trabalho de Veiga Simão, aperfeiçoa-lo e adaptá-lo aos tempos que vivemos, criando um projecto inovador como Viseu merece.
Quanto ao Prof. Mariano Gago, pela minha parte, dispenso a sua presença em Viseu, … apesar da boa hospitalidade beirã.

1 comentário:

  1. Eu diria mais este prof. Gago está dispensadissimo de voltar ao nosso distrito.

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