Almeida Henriques

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Começar bem

Foi assinado o acordo político de colaboração que permitirá formar um Governo de coligação entre o PSD e o CDS-PP e o estabelecimento de um projecto político de legislatura, um passo fundamental para assegurar uma maioria estável que permita ao País sair da grave situação em que se encontra.
Para além da discrição e eficácia com que se tem conduzido o Primeiro-ministro indigitado, Dr. Pedro Passos Coelho, é já notório que entrámos num ciclo de verdade e rigor e que o próximo Governo não trabalhará para os telejornais, mas para todos os portugueses.
Com forte sentido de responsabilidade, o novo PM diz que não irá governar “desculpando-se com o passado”, “não usaremos nunca a situação que herdamos como desculpa para o que tivermos de fazer”, “aquilo que nos espera é uma tarefa gigantesca” e compromete-se a “mobilizar todos os portugueses para as transformações que temos de fazer”.
Como dizia Churchill, “o político governa a pensar na próxima eleição e o estadista a pensar na próxima geração”.
Estou certo que o novo responsável pelo Governo se comportará como estadista, tem dado provas de um enorme sentido de responsabilidade, duma preocupação genuína pelas gerações futuras, como Churchill defendia.
É fundamental que Portugal recupere a sua imagem externa, precisamos de ir aos mercados antes do prazo definido no acordo com a troika.
É crítico que de início se dêem sinais claros e se tomem medidas que permitam reduzir duma forma significativa a despesa pública e cortar a direito nas gorduras do Estado.
É imperioso criar riqueza, apostar na economia e na promoção das exportações, para dar sustentação ao Estado Social e aqueles que mais precisam.
O acordo celebrado refere que o que está em causa “é mudar o próprio modelo de desenvolvimento económico e social do País” e alargar a base de apoio indispensável numa rede que integre organizações e instituições da sociedade civil que se revejam neste novo modelo.
A execução de um novo Plano de Estabilização Financeiro e de um Plano de Emergência Social que proteja os mais vulneráveis, já referidos no programa eleitoral do PSD, a par do cumprimento do acordo com a troika, são a base deste acordo.
Para a prossecução destes objectivos aposta-se na criação de condições e na promoção de reformas que permitam retomar o crescimento económico e a geração de emprego.
O acordo programático só será conhecido depois de os Ministros do novo governo darem o seu aval, o que significa depois de aprovação pelo Conselho de Ministros, mais um sinal diferente, sem precipitações, com respeito pela equipa.
De facto, pode-se afirmar que o novo Primeiro-ministro está a começar bem, marcando já grandes diferenças face ao passado recente.
Serão momentos difíceis, mas será compensador dar de novo rumo a um País que viveu no desnorte durante seis anos.

Sem comentários:

Enviar um comentário